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VERSO 26

ebhis tri-varṇaiḥ paryastair
buddhi-bhedaiḥ kriyodbhavaiḥ
svarūpam ātmano budhyed
gandhair vāyum ivānvayāt

ebhiḥ — por estas; tri-varṇaiḥ — constituídas dos três modos da natureza; paryastaiḥ — completamente rejeitadas (devido ao fato de não tocarem a força viva); buddhi — da inteligência; bhedaiḥ — as diversificações; kriyā-udbhavaiḥ — produzidas por diferentes atividades; svarūpam — a posição constitucional; ātmanaḥ — do eu; budhyet — deve-se entender; gandhaiḥ — através dos aromas; vāyum — o ar; iva — exatamente como; anvayāt — da ligação íntima.

Pode-se entender a presença do ar através dos aromas que ele transporta; do mesmo modo, sob a orientação da Suprema Personalidade de Deus, pode-se entender a alma viva mediante essas três categorias de inteligência. Entretanto, essas três categorias não são a alma; elas são constituídas dos três modos e são produzidas pelas atividades.

SIGNIFICADO—Como se explicou, temos três estados de existência, a saber, vigília, sonho e sono profundo. Em todos os três estados, passamos por experiências diferentes. Portanto, a alma é o observador desses três estados. Na verdade, as atividades do corpo não são as atividades da alma. A alma é diferente do corpo. Assim como os aromas são distintos do veículo material que os transporta, a alma está desvinculada das atividades materiais. Pode empreender essa análise alguém que esteja plenamente abrigado aos pés de lótus do Senhor Supremo. Isso é confirmado pelo preceito védico yasmin vijñāte sarvam evaṁ vijñātaṁ bhavati. Quem entende a Suprema Personalidade de Deus automaticamente entende todo o resto. Porque não se refugiam nos pés de lótus do Senhor, mesmo grandes eruditos, cientistas, filósofos e religiosos estão sempre confusos. Confirma-se isso no Śrīmad-Bhāgavatam (10.2.32):

ye ’nye ’ravindākṣa vimukta-māninas
tvayy asta-bhāvād aviśuddha-buddhayaḥ

Muito embora alguém possa artificialmente se julgar livre da contaminação material, se não se refugiou nos pés de lótus do Senhor, sua inteligência é impura. Como se declara na Bhagavad-gītā (3.42):

indriyāṇi parāṇy āhur
indriyebhyaḥ paraṁ manaḥ
manasas tu parā buddhir
yo buddheḥ paratas tu saḥ

Acima dos sentidos, está a mente; acima da mente, está a inteligência, e, acima da inteligência, está a alma. Em última análise, quando a inteligência de alguém se torna límpida através do serviço devocional, o indivíduo se situa em buddhi-yoga. Isso também é explicado na Bhagavad-gītā (dadāmi buddhi-yogaṁ taṁ yena mām upayānti te). Quando o serviço devocional se desenvolve e a inteligência se torna clara, pode-se usá-la para retornar ao lar, retornar ao Supremo.

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