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VERSO 10

dasyūn purā ṣaṇ na vijitya lumpato
manyanta eke sva-jitā diśo daśa
jitātmano jñasya samasya dehināṁ
sādhoḥ sva-moha-prabhavāḥ kutaḥ pare

dasyūn — saqueadores; purā — outrora; ṣaṭ — seis; na — não; vijitya — derrotando; lumpataḥ — roubando todas as posses; manyante — consideram; eke — alguns; sva-jitāḥ — subjugadas; diśaḥ daśa — as dez direções; jita-ātmanaḥ — alguém que dominou os sentidos; jñasya — sábio; samasya — equânime; dehinām — para com todas as entidades vivas; sādhoḥ — dessa pessoa santa; sva-moha-prabhavāḥ — criada pela própria ilusão de alguém; kutaḥ — onde; pare — inimigos ou elementos adversos.

Houve outrora muitos tolos que, exatamente como tua pessoa, não derrotaram os seis inimigos que consomem a riqueza do corpo. Esses tolos pensavam com muito orgulho: “Venci todos os inimigos em todas as dez direções.” Contudo, se alguém vence os seis inimigos e é equânime com todas as entidades vivas, não existem inimigos para ele. Os inimigos são meras imaginações da pessoa que está em ignorância.

SIGNIFICADO—Neste mundo material, todos pensam que triunfaram sobre seus inimigos, não entendendo que seus verdadeiros inimigos são sua mente e seus cinco sentidos descontrolados (manaḥ ṣaṣṭhānīndriyāṇi prakṛti-sthāni karṣati). Neste mundo material, todos se tornaram servos dos sentidos. Originalmente, todos são servos de Kṛṣṇa, mas, em ignorância, a pessoa se esquece disso e, assim, ocupa-se a serviço de māyā, através dos desejos luxuriosos, da ira, da cobiça, da ilusão, da loucura e da inveja. Todos dependem de fato da ação das leis materiais, mas, mesmo assim, há quem se julgue independente e pense que conquistou todas as direções. Em conclusão, quem pensa que tem muitos inimigos é um indivíduo ignorante, ao passo que quem é consciente de Kṛṣṇa sabe que os únicos inimigos existentes estão dentro da própria pessoa e que eles são a mente e os sentidos descontrolados.

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