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VERSO 32

nyasyedam ātmani jagad vilayāmbu-madhye
śeṣetmanā nija-sukhānubhavo nirīhaḥ
yogena mīlita-dṛg-ātma-nipīta-nidras
turye sthito na tu tamo na guṇāṁś ca yuṅkṣe

nyasya — arremessando; idam — isto; ātmani — em Vosso próprio eu; jagat — manifestação cósmica criada por Vós; vilaya-ambu-madhye — no Oceano Causal, onde tudo é preservado em estado de energia latente; śeṣe — agis como se estivésseis dormindo; ātmanā — por Vós próprio; nija — Vossa própria; sukha-anubhavaḥ — experimentando o estado de bem-aventurança espiritual; nirīhaḥ — parecendo não fazer nada; yogena — pelo poder místico; mīlita-dṛk — os olhos parecendo fechados; ātma — por Vossa própria manifestação; nipīta — impedido; nidraḥ — cujo sono; turye — em condição transcendental; sthitaḥ — mantendo (Vós próprio); na — não; tu — mas; tamaḥ — a condição material de sono; na — nem; guṇān — os modos materiais; ca — e; yuṅkṣe — Vós Vos ocupais em.

Ó meu Senhor, ó Suprema Personalidade de Deus, após a aniquilação, a energia criadora é mantida em Vós, que pareceis dormir com olhos semicerrados. Na verdade, entretanto, não dormis como um ser humano comum, pois sempre estais em uma condição transcendental, situado além da criação do mundo material, e sempre sentis bem-aventurança transcendental. Como Kāraṇodakaśāyī Viṣṇu, permaneceis em Vosso estado transcendental, não mantendo contato com os objetos materiais. Embora pareçais dormir, esse sono é distinto do sono da ignorância.

SIGNIFICADO—Consta claramente na Brahma-saṁhitā (5.47):

yaḥ kāraṇārṇava-jale bhajati sma yoga-
nidrām ananta-jagad-aṇḍa-sa-roma-kūpaḥ
ādhāra-śaktim avalambya parāṁ sva-mūrtiṁ
govindam ādi-puruṣaṁ tam ahaṁ bhajāmi

“Adoro Govinda, o Senhor primordial, que, em Sua porção plenária como Mahā-Viṣṇu, repousa no Oceano Causal, com todos os universos sendo gerados dos poros do Seu corpo transcendental, e que experimenta o sono místico da eternidade.” O ādi-puruṣa, a original Suprema Personalidade de Deus – Kṛṣṇa, Govinda –, expande-Se como Mahā-Viṣṇu. Após a aniquilação desta manifestação cósmica, Ele Se mantém em bem-aventurança transcendental. A palavra yoga-nidrā se aplica à Suprema Personalidade de Deus. Todos devem entender que essa nidrā, ou sono, não é como a nossa nidrā no modo da ignorância. O Senhor sempre está situado em transcendência. Ele é sac-cid-ānanda – eternamente em bem-aventurança –, e assim Ele não é perturbado pelo sono que aflige os seres humanos comuns. Deve-se compreender que, em qualquer etapa, a Suprema Personalidade de Deus está em bem-aventurança transcendental. Śrīla Madhvācārya afirma concisamente que o Senhor é turya-sthitaḥ, sempre situado em transcendência. Na transcendência, não existem fenômenos tais como jāgaraṇa-nidrā-suṣupti – vigília, sono e sono profundo.

A prática de yoga é semelhante ao yoga-nidrā de Mahā-Viṣṇu. Os yogīs são aconselhados a se manterem de olhos semicerrados, mas esse estado não chega a ser o sono, embora os yogīs de imitação, especialmente na era moderna, durmam durante a prática de seu dito yoga. Os śāstras descrevem o yoga como dhyānāvasthita, um estado de plena meditação, mas se deve meditar na Suprema Personalidade de Deus. Dhyānāvasthita-tad-gatena manasā: a mente sempre deve situar-se aos pés de lótus do Senhor. A prática de yoga não significa dormir. A mente deve sempre estar ativamente fixa nos pés de lótus do Senhor. Então, a prática de yoga será exitosa.

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