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VERSO 32

yady ayaṁ kriyate bhakṣyas
tarhi māṁ khāda pūrvataḥ
na jīviṣye vinā yena
kṣaṇaṁ ca mṛtakaṁ yathā

yadi — se; ayam — este brāhmaṇa; kriyate — é aceito; bhakṣyaḥ — como comestível; tarhi — então; mām — a mim; khāda — come; pūrva­taḥ — antes disso; na — não; jīviṣye — viverei; vinā — sem; yena — quem (meu esposo); kṣaṇam ca — mesmo um momento; mṛtakam — um corpo morto; yathā — como.

Sem meu esposo, não posso viver nem mesmo um momento. Se queres devorar meu esposo, seria melhor que me devorasses primeiro, pois, sem meu esposo, não passo de um cadáver.

SIGNIFICADO—Na cultura védica, existe um sistema conhecido como satī, ou saha-maraṇa, no qual a mulher morre com seu esposo. De acordo com esse sistema, se o esposo morre, a esposa voluntariamente morre com ele, deixando-se cair na abrasadora pira funerária do seu esposo. Aqui, neste verso, os sentimentos inerentes a essa cultura são expressos pela esposa do brāhmaṇa. Uma mulher sem esposo é como um corpo morto. Portanto, de acordo com a cultura védica, toda jovem deve casar-se. Essa é a responsabilidade de seu pai. Uma moça pode ser dada em caridade, e o esposo pode ter mais do que uma esposa, mas toda moça deve casar-se. Isso é a cultura vé­dica. A mulher sempre será dependente – em sua infância, ela é dependente do pai; na juventude, de seu esposo; e na velhice, de seus filhos mais velhos. De acordo com a Manu-saṁhitā, ela jamais é in­dependente. A independência para a mulher significa uma vida de sofrimentos. Nesta era, há tantas moças solteiras que falsamente se imaginam livres, mas, na verdade, a vida delas é dolorosa. Este aqui é um exem­plo no qual uma mulher sentia que, sem seu esposo, ela era simplesmente um cadáver.

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