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VERSO 19

yo mām evam asammūḍho
jānāti puruṣottamam
sa sarva-vid bhajati māṁ
sarva-bhāvena bhārata

yaḥ —qualquer um que; mām—a Mim; evam—assim; asammūḍhaḥ—sem dúvida; jānāti—conhece; puruṣa-uttamam—a Suprema Personalidade de Deus; saḥ—ele; sarva-vit—o conhecedor de tudo; bhajati—presta serviço devocional; mām—a Mim; sarva-bhāvena—em todos os aspectos; bhārata—ó filho de Bharata.

Quem quer que Me conheça como a Suprema Personalidade de Deus, sem duvidar, é o conhecedor de tudo. Ele, portanto, se ocupa no serviço devocional pleno a Mim, ó filho de Bharata.

Há muitas especulações filosóficas sobre a posição constitucional das entidades vivas e da Suprema Verdade Absoluta. E neste verso, a Suprema Personalidade de Deus explica claramente que todo aquele que conhece o Senhor Kṛṣṇa como a Pessoa Suprema é de fato o conhecedor de tudo. O conhecedor imperfeito apenas continua sua especulação sobre a Verdade Absoluta, mas o conhecedor perfeito, sem perder seu precioso tempo, ocupa-se diretamente em consciência de Kṛṣṇa, no serviço devocional ao Senhor Supremo. O Bhagavad-gītā enfatiza este fato a cada passo. E no entanto há muitas pessoas que, comentando o Bhagavad-gītā, insistem em afirmar que a Suprema Verdade Absoluta e as entidades vivas são a mesmíssima coisa.

O conhecimento védico chama-se śruti, ou o processo que consiste em aprender por meio de recepção auditiva. Na verdade, deve-se receber a mensagem védica transmitida por autoridades como Kṛṣṇa e Seus representantes. Aqui, Kṛṣṇa coloca tudo no seu devido lugar, e devemos procurar ouvir essa fonte. Ouvir como simples suínos não é suficiente; deve-se procurar compreender o que dizem as autoridades. Ninguém deve ficar pensando que tudo o que se precisa fazer é especular de forma acadêmica. É necessário ouvir com submissão o Bhagavad-gītā, onde se afirma que essas entidades vivas são sempre subordinadas à Suprema Personalidade de Deus. Qualquer um que seja capaz de compreender isso, de acordo com a ordem da Suprema Personalidade de Deus, Śrī Kṛṣṇa, conhece o propósito dos Vedas; nenhum outro conhece o propósito dos Vedas.

A palavra bhajati é muito significativa. Em muitas passagens, a palavra bhajati é expressa em relação ao serviço ao Senhor Supremo. Se alguém se ocupa em plena consciência de Kṛṣṇa, no serviço devocional ao Senhor, deve-se concluir que compreendeu todo o conhecimento védico. No paramparā vaiṣṇava, afirma-se que se alguém se ocupa no serviço devocional a Kṛṣṇa, então não é preciso praticar nenhum outro processo espiritual com o qual se compreende a Suprema Verdade Absoluta. Ele já chegou ao ponto, porque se ocupa no serviço devocional ao Senhor e terminou todos os processos preliminares de compreensão. Mas se alguém, após especular por centenas de milhares de vidas, não se dá conta de que Kṛṣṇa é a Suprema Personalidade de Deus e de que a essa altura ele tem que se render, toda a especulação que empregou por tantos anos e vidas é um completo desperdício de tempo.

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