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VERSO 179

āra ye ye-kichu kahe, sakala-i kalpanā
svataḥ-pramāṇa veda-vākye kalpena lakṣaṇā

āra — exceto isso; ye ye — tudo o que; kichu — algo; kahe — diz; sakala-i — tudo; kalpanā — imaginação; svataḥ-pramāṇa — evidente por si mesma; veda-vākye — na versão védica; kalpena — ele imagina; lakṣaṇā — uma interpretação.

“Se alguém tenta explicar a literatura védica de maneira diferente, está se entregando à imaginação. Qualquer interpretação da versão védica, versão esta que é evidente por si mesma, é mera imaginação.”

SIGNIFICADO—Ao purificar-se, a alma condicionada chama-se devoto. O devoto tem sua relação apenas com a Suprema Personalidade de Deus, e seu único dever ocupacional é executar serviço devocional para satisfazer o Senhor. Presta-se esse serviço por intermédio do representante do Senhor, o mestre espiritual: yasya deve parā bhaktir yathā deve tathā gurau. Ao executar serviço devocional adequadamente, o devoto alcança a perfeição máxima da vida – o amor a Deus: sa vai puṁṁ paro dharmo yato bhaktir adhokṣaje. O objetivo último de se entenderem os Vedas é elevar-se à plataforma de prestação de serviço amoroso ao Senhor. No entanto, os filósofos māyāvādīs consideram que o ponto central da relação é o Brahman impessoal, que a função da entidade viva é adquirir conhecimento de Brahman, para que resulte desapego de atividades materiais, e que a meta última da vida é a liberação, ou o fundir-se na existência do Supremo. Tudo isso, contudo, deve-se simplesmente à imaginação da alma condicionada. Isso apenas a opõe às atividades materiais. É preciso lembrar sempre que todos os textos védicos são evidentes por si mesmos. Ninguém tem permissão de interpretar os versos védicos. Se alguém o fizer, estará se entregando à imaginação, e isso não tem valor algum.

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