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VERSO 29

sa eva go-dhanaṁ lakṣmyā
niketaṁ sita-go-vṛṣam
cārayann anugān gopān
raṇad-veṇur arīramat

saḥ — Ele (o Senhor Kṛṣṇa); eva — certamente; go-dhanam — o tesouro das vacas; lakṣmyāḥ — por opulência; niketam — reservatório; sita-go-vṛṣam — belas vacas e touros; cārayan — apascentando; anugān — os seguidores; gopān — vaqueirinhos; raṇat — tocando; veṇuḥ — flauta; arīramat — animados.

Enquanto apascentava os belíssimos touros, o Senhor, que era o reservatório de toda opulência e fortuna, costumava tocar Sua flauta, e assim Ele animava os Seus fiéis seguidores, os vaqueirinhos.

SIGNIFICADO—Entre seis e sete anos de idade, o Senhor foi incumbido de cuidar das vacas e dos touros nos pastos. Ele era filho de um próspero proprietário de terras que possuía centenas e milhares de vacas, e, de acordo com a economia védica, considera-se que uma pessoa é rica pela quantidade de cereais e vacas que ela tenha. Com apenas estas duas coisas, vacas e cereais, a humanidade pode resolver seus problemas alimentares. A sociedade humana necessita apenas de uma quantidade suficiente de cereais e de uma quantidade suficiente de vacas para resolver seus problemas econômicos. Todas as outras coisas além destas duas coisas são necessidades artificiais criadas pelo homem para destruir sua vida valiosa no nível humano e perder seu tempo com coisas que não são necessárias. O Senhor Kṛṣṇa, como o mestre da sociedade humana, mostrou pessoalmente por Seus atos que a comunidade mercantil, ou os vaiśyas, deve cuidar das vacas e dos touros e dar, assim, proteção aos animais valiosos. Segundo um regulamento smṛti, a vaca é a mãe e o touro é o pai do ser humano. A vaca é a mãe porque, assim como se suga o leite da própria mãe, a sociedade humana tira o leite da vaca. De forma similar, o touro é o pai da sociedade humana porque o pai ganha a vida para manter os filhos assim como o touro ara a terra para produzir grãos alimentícios. A sociedade humana matará seu espírito de vida matando o pai e a mãe. Nesta passagem, menciona-se que as belas vacas e touros eram de pelagem variada – vermelho, preto, verde, amarelo, cinza etc. E por causa de suas cores e feições saudáveis e sorridentes, a atmosfera era animadora.

Acima de tudo, o Senhor costumava tocar Sua famosa flauta. O som vibrado por Sua flauta dava a Seus amigos um prazer transcendental tão grande que eles se esqueciam de todas as conversas sobre o brahmānanda, que é tão louvado pelos impersonalistas. Como será explicado por Śukadeva Gosvāmī, esses vaqueirinhos eram entidades vivas que haviam acumulado grandes quantidades de atos piedosos e, por isso, estavam desfrutando com o Senhor em pessoa e estavam ouvindo Sua flauta transcendental. A Brahma-saṁhitā (5.30) confirma que o Senhor tocava Sua flauta transcendental.

veṇuṁ kvaṇantam aravinda-dalāyatākṣaṁ
barhāvataṁsam asitāmbuda-sundarāṅgam
kandarpa-koṭi-kamanīya-viśeṣa-śobhaṁ
govindam ādi-puruṣaṁ tam ahaṁ bhajāmi

Brahmājī disse: “Eu adoro Govinda, o Senhor primordial, que toca Sua flauta transcendental. Seus olhos são como flores de lótus, Ele está decorado com plumas de pavão, e a cor de Seu corpo parece a cor de uma nuvem negra recém-formada, embora as características de Seu corpo sejam mais belas do que milhões de cupidos.” Essas são as características especiais do Senhor.

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