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VERSO 26

evaṁ vidita-tattvasya
prakṛtir mayi mānasam
yuñjato nāpakuruta
ātmārāmasya karhicit

evam — assim; vidita-tattvasya — àquele que conhece a Verdade Absoluta; prakṛtiḥ — natureza material; mayi — em Mim; mānasam — a mente; yuñjataḥ — fixando; na — não; apakurute — pode prejudicar; ātma-ārāmasya — àquele que se regozija no eu; karhicit — em tempo algum.

A influência da natureza material não pode prejudicar uma alma iluminada, mesmo que ela se ocupe em atividades materiais, porque ela sabe a verdade sobre o Absoluto, e sua mente está fixa na Suprema Personalidade de Deus.

SIGNIFICADO—O Senhor Kapila diz que mayi mānasam, o devoto cuja mente está sempre fixa nos pés de lótus da Suprema Personalidade de Deus é chamado de ātmārāma, ou vidita-tattva. Ātmārāma significa “aquele que se regozija no eu”, ou “aquele que desfruta na atmosfera espiritual”. No sentido material, ātmā significa o corpo ou a mente, mas, quando se refere àquele cuja mente está fixa nos pés de lótus do Senhor Supremo, ātmārāma significa “aquele que está fixo em atividades espirituais relacionadas com a Alma Suprema”. A Alma Suprema é a Personalidade de Deus, e a alma individual é a entidade viva. Quando elas estabelecem uma reciprocidade de serviços e bênçãos, declara-se que a entidade viva está na posição ātmārāma. Essa posição ātmārāma pode ser alcançada por alguém que conhece a verdade como ela é. A verdade é que a Suprema Personalidade de Deus é o desfrutador e que as entidades vivas destinam-se a Seu serviço e a Seu prazer. Aquele que conhece esta verdade, e que procura empregar todos os recursos a serviço do Senhor, escapa de todas as reações materiais e de todas as influências dos modos da natureza material.

Pode-se citar um exemplo a esse respeito. Assim como um materialista se dedica a construir um grande arranha-céu, um devoto dedica-se a construir um grande templo para Viṣṇu. Superficialmente, o construtor do arranha-céu e o construtor do templo estão no mesmo nível, pois ambos juntam madeira, pedras, ferro e outros materiais de construção. No entanto, a pessoa que constrói o arranha-céu é um materialista, e a pessoa que constrói um templo de Viṣṇu é ātmārāma. O materialista procura satisfazer-se em relação com seu corpo, construindo um arranha-céu; o devoto, porém, procura satisfazer o Super-eu, a Suprema Personalidade de Deus, construindo um templo. Embora ambos se ocupem envolvendo-se em atividades materiais, o devoto está liberado, e o materialista está condicionado. Isso porque o devoto que constrói o templo tem a mente fixa na Suprema Personalidade de Deus, mas o não devoto, que constrói o arranha-céu, tem a mente fixa no gozo dos sentidos. Se, enquanto estiver executando qualquer atividade, mesmo na existência material, a mente de alguém se fixar nos pés de lótus da Personalidade de Deus, ele não se emaranhará nem ficará condicionado. O trabalhador em serviço devocional, em plena consciência de Kṛṣṇa, é sempre independente da influência da natureza material.

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