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VERSO 20

snigdha-smitāvalokena
vācā pīyūṣa-kalpayā
caritreṇānavadyena
śrī-niketena cātmanā

snigdha — suave; smita-avalokena — por um olhar com um sorriso doce; vācā — pelas palavras; pīyūṣa-kalpayā — comparadas a um néctar; caritreṇa — pelo caráter; anavadyena — impecável; śrī — fortuna; niketena — residência; ca — e; ātmanā — por Seu corpo transcendental.

Ele estava ali com Seu corpo transcendental, a residência da deusa da fortuna, com Seu costumeiro rosto suave e docemente sorridente, Suas palavras nectáreas e Seu caráter impecável.

SIGNIFICADO—No verso anterior, descreve-se que ο Senhor Kṛṣṇa, por ser versado nas verdades da filosofia sāṅkhya, é desapegado de todos os tipos de matéria. No verso atual, descreve-se que Ele é a residência da deusa da fortuna. Essas duas coisas não são contraditórias de modo algum. O Senhor Κṛṣṇa é desapegado da variedade da natureza inferior, mas Ele está no gozo eterno e bem-aventurado da natureza espiritual, ou Sua potência interna. Aquele que tem um fundo insuficiente de conhecimento não pode entender esta distinção entre as potências externa e interna. Na Bhagavad-gītā, a potência interna é descrita como parā prakṛti. No Viṣṇu Ρurāṇa, também, a potência interna de Viṣṇu é descrita como parā śakti. O Senhor nunca Se desliga do contato com parā śakti. Esse parā śakti e suas manifestações são descritos na Brahma-saṁhitā (5.37) como ānanda-cinmaya-rasa-pratibhāvitābhiḥ. O Senhor é eternamente alegre e cônscio do gosto derivado de tal bem-aventurança transcendental. A negação da variedade da energia inferior não torna necessária a negação da bem-aventurança transcendental positiva do mundo espiritual. Portanto, a amabilidade do Senhor, Seu sorriso, Seu caráter e todas as coisas relacionadas a Ele são transcendentais. Essas manifestações da potência interna são a realidade, da qual a sombra material é apenas uma representação temporária da qual todos que têm ο devido conhecimento devem se desapegar.

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