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VERSO 11

kas tṛpnuyāt tīrtha-pado ’bhidhānāt
satreṣu vaḥ sūribhir īḍyamānāt
yaḥ karṇa-nāḍīṁ puruṣasya yāto
bhava-pradāṁ geha-ratiṁ chinatti

kaḥ — quem é ο homem; tṛpnuyāt — que pode se satisfazer; tīrtha-padaḥ — cujos pés de lótus são todos os locais de peregrinação; abhidhānāt — das conversas sobre; satreṣu — na sociedade humana; vaḥ — aquele que é; sūribhiḥ — por grandes devotos; īḍyamānāt — aquele que é assim adorado; yaḥ — quem; karṇa-nāḍīm — nos orifícios dos ouvidos; puruṣasya — de um homem; yātaḥ — entrando; bhava-pradām — aquilo que concede nascimentos e mortes; geha-ratim — afeição familiar; chinatti — é cortada.

Quem na sociedade humana pode ficar satisfeito em ouvir conversas suficientes sobre ο Senhor, cujos pés de lótus são a soma total de todos os locais de peregrinação e que é adorado por grandes sábios e devotos? Esses tópicos podem cortar nosso cativeiro à afeição familiar simplesmente por entrarem nos orifícios de nossos ouvidos.

SIGNIFICADO—Kṛṣṇa-kathā é tão poderoso que, simplesmente por entrar no ouvido de uma pessoa, pode libertá-la imediatamente do cativeiro da afeição familiar. A afeição familiar é uma manifestação ilusória da energia externa, e o único impulso para todas as atividades mundanas. Enquanto executamos atividades mundanas e nossa mente está absorta em tal ocupação, temos que nos submeter à repetição de nascimento e morte dentro da atual ignorância material. A maioria das pessoas é influenciada pelo modo da ignorância, e algumas são influenciadas pelo modo apaixonado da natureza material, e, sob ο encanto desses dois modos, um ser vivo é estimulado pela concepção material da vida. As qualidades mundanas não permitem que uma entidade viva entenda sua verdadeira posição. As qualidades tanto da ignorância quanta da paixão prendem-nos fortemente à ilusória concepção corpórea do eu. Os melhores entre os tolos que assim se iludem são aqueles que se dedicam a atividades altruístas sob ο encanto do modo material da paixão. A Bhagavad-gītā, que é kṛṣṇa-kathā direto, concede à humanidade a lição elementar de que ο corpo é perecível e a consciência que se espalha pelo corpo é imperecível. Ο ser consciente, ο eu imperecível, existe eternamente e não pode ser morto sob nenhuma circunstância, nem mesmo após a dissolução do corpo. Qualquer pessoa que interprete erradamente que este corpo perecível é ο eu e que trabalhe para ele em nome da sociologia, da política, da filantropia, do altruísmo, do nacionalismo ou do internacionalismo, sob ο falso pretexto da concepção corpórea da vida, é certamente um tolo e não conhece as implicações da realidade e da irrealidade. Algumas dessas pessoas estão acima dos modos da ignorância e paixão e estão situadas no modo da bondade, mas a bondade mundana sempre é contaminada por vestígios de ignorância e paixão. A bondade mundana pode nos esclarecer que ο corpo e ο eu são diferentes, e aquele que está no modo da bondade está preocupado com ο eu, e não com ο corpo. Contudo, por serem contaminados, aqueles que estão em bondade mundana não podem entender a verdadeira natureza do eu como sendo uma pessoa. Sua concepção impessoal do eu como sendo distinto do corpo mantém-nos no modo da bondade dentro da natureza material, e, a menos que se sintam atraídos pelo kṛṣṇa-kathā, eles nunca se libertarão do cativeiro da existência material. Kṛṣṇa-kathā é ο único remédio para todas as pessoas do mundo porque pode nos situar em consciência pura do eu e nos libertar do cativeiro material. Pregar kṛṣṇa-kathā em todo ο mundo, como é recomendado pelo Senhor Caitanya, é a maior de todas as atividades missionárias, e todos os homens e mulheres sensatos do mundo podem juntar-se a esse grande movimento inaugurado pelo Senhor Caitanya.

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