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VERSO 68

atha tvam asi no brahman
paramātman vipaścitām
viśvaṁ rudra-bhaya-dhvastam
akutaścid-bhayā gatiḥ

atha — portanto; tvam — Vós, meu Senhor; asi — sois; naḥ — nosso; brahman — ó Brahman Supremo; parama-ātman — ó Superalma; vipaścitām — para os homens sábios e eruditos; viśvam — todo o universo; rudra-bhaya — temendo Rudra; dhvastam — aniquilado; akutaścit-bhayā — indubitavelmente intrépido; gatiḥ — destino.

Meu querido Senhor, todas as pessoas realmente eruditas conhecem-Vos como o Brahman Supremo e a Superalma. Embora todo o universo tema o senhor Rudra, que em última análise aniquila tudo, para os devotos eruditos Vós sois o intrépido destino de todos.

SIGNIFICADO––Para o propósito da criação, manutenção e aniquilação desta manifestação cósmica, existem três senhores – Brahmā, Viṣṇu e Śiva (Maheśvara). O corpo material termina no momento da ani­quilação. Tanto o corpo universal quanto a pequena unidade, o corpo da entidade viva individual, estão destinados à aniquilação no fim de tudo. Contudo, os devotos não temem a aniquilação do corpo, pois confiam que, após a aniquilação, voltarão ao lar, volta­rão ao Supremo (tyaktvā dehaṁ punar janma naiti mām eti so ’rjuva).

Se alguém segue estritamente o processo do serviço devocional, ele não teme a morte, pois está predestinado a voltar ao lar, voltar ao Supremo. Os não-devotos temem a morte porque não têm garantia sobre o lugar para onde irão ou a espécie de corpo que receberão em sua próxima vida. A palavra rudra-bhaya é significa­tiva neste verso porque o próprio Rudra, o senhor Śiva, está falando de “temor a Rudra”. Isso indica que existem vários Rudras – onze Rudras –, e o Rudra (senhor Śiva) que estava oferecendo esta oração à Suprema Personalidade de Deus é diferente dos demais Rudras, embora seja tão poderoso quanto eles. A conclusão é que um Rudra teme outro Rudra, visto que todo e cada Rudra se encarrega da destruição desta manifestação cósmica. Com exceção do devoto, todos temem Rudra, mesmo o próprio Rudra. Um devoto nunca teme Rudra porque está sempre a salvo, estando protegido pelos pés de lótus do Senhor. Como Śrī Kṛṣṇa diz na Bhagavad-gītā (9.31), kaunteya pratijānīhi na me bhaktaḥ praṇaśyati: “Meu querido Arjuna, podes declarar publicamente que Meu devoto não será aniquilado em nenhuma circunstância.”

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