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VERSO 78

yadākṣaiś caritān dhyāyan
karmāṇy ācinute ’sakṛt
sati karmaṇy avidyāyāṁ
bandhaḥ karmaṇy anātmanaḥ

yadā — quando; akaiḥ — pelos sentidos; caritān — prazeres desfrutados; dhyāyan — pensando em; karmāi — atividades; ācinute — executa; asakt — sempre; sati karmaṇi — ao continuarem os afazeres materiais; avidyāyām — sob ilusão; bandhaḥ — cativeiro; karmaṇi — em atividade; anātmanaḥ — do corpo material.

Enquanto desejarmos desfrutar de prazeres dos sentidos, criaremos atividades materiais. Quando a entidade viva age no campo material, ela goza dos sentidos e, ao fazê-lo, cria outra série de atividades materiais. Dessa maneira, a entidade viva fica enredada como alma condicionada.

SIGNIFICADO—Enquanto estamos no corpo sutil, criamos muitos planos para desfrutar de prazeres dos sentidos. Esses planos ficam registrados na fita magnética da mente sob a forma de bīja, a raiz das atividades fruiti­vas. Na vida condicionada, a entidade viva cria uma série de corpos, um após o outro, e isso se chama karma-bandhana. Conforme explica a Bhagavad-gītā (3.9), yajñārthāt karmaṇo ’nyatra loko ’yaṁ karma-bandhanaḥ: se agimos apenas para satisfazer Viṣṇu, não há cativeiro devido às atividades materiais, mas, se agimos de outro modo, enredamo-nos em atividades materiais incessantes. Nessas circunstâncias, deve-se entender que, pensando, sentindo e desejando, estamos criando uma série de corpos materiais futuros. Nas palavras de Bhaktivinoda Ṭhākura, anādi karama-phale, paḍi’ bhavārṇava-jale: a entidade viva cai no oceano de karma-bandhana como resultado de atividades materiais passadas. Em vez de mer­gulhar no oceano de atividades materiais, devemos aceitar ativi­dades materiais apenas para nos manter vivos. O resto do tempo devemos devotar a ocupações do transcendental serviço amoroso ao Senhor. Dessa maneira, poderemos aliviar-nos das reações das ativi­dades materiais.

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