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VERSO 25

jijīviṣe nāham ihāmuyā kim
antar bahiś cāvṛtayebha-yonyā
icchāmi kālena na yasya viplavas
tasyātma-lokāvaraṇasya mokṣam

jijīviṣe — desejo continuar vivendo; na — não; aham — eu; iha — nesta vida; amuyā — ou na próxima vida (não quero continuar vivendo após me salvar dessa posição perigosa); kim — qual o valor; antaḥ — internamente; bahiḥ — externamente; ca — e; āvṛtayā — coberto pela ignorância; ibha-yonyā — neste nascimento como um elefante; icchāmi — desejo; kālena — devido à influência do tempo; na — não há; yasya — da qual; viplavaḥ — aniquilação; tasya — isto; ātma-loka­-āvaraṇasya — da cobertura da autorrealização; mokṣam — ficar livre.

Não desejo continuar vivendo após me libertar do ataque do cro­codilo. Qual a utilidade do corpo de um elefante coberto externa e internamente pela ignorância? Tudo o que desejo é me livrar eternamente da cobertura da ignorância. Essa cobertura não é destruída pela influência do tempo.

SIGNIFICADO—Neste mundo material, toda entidade viva está coberta pela es­curidão da ignorância. Portanto, os Vedas prescrevem que as pessoas devem aproximar-se do Senhor Supremo através do mestre espiri­tual, que é descrito no Gautamīya-tantra, o qual contém a seguinte oração feita em seu louvor:

om ajñāna-timirāndhasya
jñānāñjana-śalākayā
cakṣur unmīlitaṁ yena
tasmai śrī-gurave namaḥ

“Ofereço minhas respeitosas reverências ao meu mestre espiritual, que, com o archote do conhecimento, abriu meus olhos, que estavam cegos devido à escuridão da ignorância.” Embora alguém talvez lute pela existência neste mundo material, viver nele para sempre é algo impossível. Deve-se entender, no entanto, que essa luta pela existên­cia decorre da ignorância, pois, na verdade, todo ser vivo é uma parte eterna do Senhor Supremo. Não há necessidade de se viver como um elefante ou um homem, um americano ou um indiano; deve-se apenas desejar libertar-se do ciclo de nascimentos e mortes. Devido à ignorância, consideramos que qualquer vida proporcionada pela natureza é feliz e agradável, mas, na vida degradada deste mundo material, desde a vida do senhor Brahmā até a vida de uma formiga, ninguém pode realmente ser feliz. Estamos fazendo muitos planos para vivermos felizes, mas, neste mundo material, por mais que tentemos ajustar­-nos permanentemente a esta ou àquela vida, não pode haver felicidade completa.

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