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CAPÍTULO DOZE

A Morte do Demônio Aghāsura

Este capítulo descreve pormenorizadamente o passatempo em que Kṛṣṇa mata Aghāsura.

Certo dia, Kṛṣṇa desejou fazer um piquenique na floresta, e, portan­to, saindo bem cedo, foi para a floresta juntamente com os outros vaqueirinhos, acompanhados de seus respectivos grupos de bezerros. Enquanto eles estavam desfrutando de seu piquenique, Aghāsura, o irmão mais novo de Pūtanā e Bakāsura, apareceu ali, desejando matar Kṛṣṇa e Seus companheiros. O demônio, que fora enviado por Kaṁsa, assumiu a forma de um píton, medindo treze quilôme­tros de comprimento e tendo a altura de uma montanha. Sua boca parecia estender-se da superfície da Terra até os planetas celestiais. Após assumir essa aparência, Aghāsura deitou-se na estra­da. Os amigos de Kṛṣṇa, os vaqueirinhos, pensavam que a forma do demônio era um dos belos lugares de Vṛndāvana. Por isso, eles quiseram entrar na boca desse píton gigantesco. A gigantesca figu­ra do píton tornou-se o tema de seus divertimentos, e eles começa­ram a rir, confiantes de que, mesmo se essa figura fosse perigosa, Kṛṣṇa estava ali para protegê-los. Dessa maneira, eles seguiram rumo à boca da gigantesca figura.

Kṛṣṇa sabia tudo sobre Aghāsura, de modo que tentou impedir que Seus amigos entrassem na boca do demônio, mas, enquanto isso, todos os vaqueirinhos, juntamente com seus grupos de bezerros, entraram na boca daquela gigantesca criatura. Kṛṣṇa estava esperando do lado de fora, e Aghāsura ficou aguardando Kṛṣṇa, pensando que, logo que Kṛṣṇa entrasse, ele fecharia sua boca para que todos morressem. Porque esperava por Kṛṣṇa, ele não engoliu os meninos. Nesse ínterim, Kṛṣṇa pensava em como salvar os meninos e matar Aghāsura. Então, Ele entrou na boca do gigantesco asura e, quando estava dentro da boca do demônio, juntamente com Seus amigos, Ele expandiu Seu corpo a uma extensão tal que o asura morreu por falta de ar. Depois disso, Kṛṣṇa, lançando sobre Seus amigos Seu olhar nectá­reo, trouxe-os de volta à vida, e, cheios de alegria, todos saíram ilesos da grande boca. Assim, Kṛṣṇa encorajou todos os semideuses, e eles expressaram sua alegria e felicidade. Para uma pessoa perversa e pecaminosa, não existe a possibilidade de sāyujya-mukti, ou tornar-se uno com a refulgência de Kṛṣṇa, mas, como a Suprema Personalidade de Deus entrou no corpo de Aghāsura, esse demônio obteve, através de Seu contato, a oportunidade de imergir na refulgência Brahman e, dessa maneira, alcançar sāyujya-­mukti.

Por ocasião deste passatempo, Kṛṣṇa tinha apenas cinco anos de idade. Um ano mais tarde, quando Ele tinha seis anos de idade e ingressou na faixa etária paugaṇḍa, este passatempo foi revelado aos habitantes de Vraja. Parīkṣit Mahārāja perguntou: “Como é que este passatempo foi revelado somente após um ano e, ainda assim, os habitantes de Vraja pensavam que ele fora realizado naquele mesmíssimo dia?” Feita essa pergunta, termina o décimo segundo capítulo.

VERSO 1: Śukadeva Gosvāmī continuou: Ó rei, certo dia, Kṛṣṇa decidiu fazer de Seu desjejum um piquenique na floresta. Tendo despertado de manhã cedo, Ele soprou Sua corneta de chifre e, com seu belo som, despertou todos os vaqueirinhos e bezerros. Então, Kṛṣṇa e os meninos, mantendo seus respectivos grupos de bezerros diante deles, saíram de Vrajabhūmi rumo à floresta.

VERSO 2: Naquele momento, centenas e milhares de vaqueirinhos saíram de seus respectivos lares em Vrajabhūmi e juntaram-se a Kṛṣṇa, mantendo diante deles centenas e milhares de grupos de bezerros. Os meninos eram muito belos, e estavam equipados com lancheiras, cornetas e varas para controlar os bezerros.

VERSO 3: Juntamente com os vaqueirinhos e seus próprios grupos de bezer­ros, Kṛṣṇa partiu com um número ilimitado de bezerros reunidos. Então, todos os meninos começaram a se divertir na floresta com um espírito muito brincalhão.

VERSO 4: Embora todos esses meninos já tivessem sido enfeitados por suas mães com adornos de kāca, guñjā, pérolas e ouro, ao entrarem na floresta, continuaram enfeitando-se com frutos, folhas verdes, rama­lhetes de flores, penas de pavão e minerais suaves.

VERSO 5: Todos os vaqueirinhos costumavam roubar as lancheiras uns dos outros. Quando um menino notava que sua lancheira fora levada, os outros meninos atiravam-na bem longe, a um lugar mais distante, e aqueles que ali estavam atiravam-na ainda mais longe. Quando o proprietário da lancheira ficava desapontado, os outros meninos riam, o proprietário chorava e, então, a lancheira lhe era devolvida.

VERSO 6: Certas vezes, Kṛṣṇa ia a um lugar um pouco distante para apreciar a beleza da floresta. Então, todos os outros meninos corriam para acompanhá-lO, cada um dizendo: “Serei eu quem correrá mais depressa e tocará Kṛṣṇa! Tocarei Kṛṣṇa primeiro!” Dessa maneira, eles desfrutavam da vida, repetidas vezes tocando em Kṛṣṇa.

VERSOS 7-11: Todos os meninos tinham diferentes ocupações. Alguns sopravam suas flautas, e outros soavam cornetas de chifre. Alguns imitavam o zumbido das abelhas, e outros imitavam a voz do cuco. Alguns meninos imitavam aves em pleno voo, correndo atrás das sombras que as aves projetavam sobre o chão. Alguns imitavam os belos mo­vimentos e atraentes poses dos cisnes. Alguns se sentavam silenciosa­mente com os patos, e outros imitavam a dança dos pavões. Alguns meninos atraíam jovens macacos nas árvores. Alguns pulavam nas árvores, imitando os macacos. Alguns faziam caretas, como os maca­cos costumam fazer, enquanto outros pulavam de galho em galho. Alguns meninos iam até as cascatas e cruzavam o rio, pulan­do com as rãs, e, quando viam seus próprios reflexos na água, eles riam. Eles também censuravam o som de seus próprios ecos. Dessa maneira, todos os vaqueirinhos costumavam brincar com Kṛṣṇa, que é a fonte da refulgência Brahman para os jñānīs que desejam imergir nessa refulgência, que é a Suprema Personalidade de Deus para os devotos que aceitaram a eterna atitude de serviço, e que, para as pessoas comuns, não passa de outra criança comum. Os vaqueirinhos, tendo acumulado os resultados de atividades piedosas por muitas vidas, eram capazes de ter essa associação com a Suprema Personalidade de Deus. Como alguém pode explicar a grande fortuna deles?

VERSO 12: Os yogīs talvez se submetam a rigorosas austeridades e penitências por muitos nascimentos, praticando yama, niyama, āsana e prāṇāyāma, nenhuma das quais é fácil de ser realizada. Entretanto, no decorrer do tempo, mesmo quando esses yogīs alcançam a perfeição e controlam a mente, são incapazes de saborear mesmo uma só partícula de poeira dos pés de lótus da Suprema Personali­dade de Deus. Então, como podemos descrever a grande fortuna dos habitantes de Vrajabhūmi, Vṛndāvana, com quem a Suprema Personalidade de Deus conviveu pessoalmente e que viram o Senhor face a face?

VERSO 13: Meu querido rei Parīkṣit, em seguida, apareceu ali um grande demônio chamado Aghāsura, cuja morte era aguardada até mesmo pelos semideuses. Muito embora os semideuses bebessem néctar todos os dias, eles temiam esse grande demônio e ansiavam vê-lo morrer. Esse demônio não podia tolerar o prazer transcendental que os vaqueirinhos desfrutavam na floresta.

VERSO 14: Aghāsura, que fora enviado por Kaṁsa, era o irmão mais novo de Pūtanā e Bakāsura. Portanto, quando ele veio e viu Kṛṣṇa na frente de todos os vaqueirinhos, ele pensou: “Este Kṛṣṇa matou minha irmã e meu irmão, Pūtanā e Bakāsura. Portanto, para o agrado de ambos, matarei este Kṛṣṇa, juntamente com Seus assistentes, os outros vaqueirinhos.”

VERSO 15: Aghāsura pensou: Se, de alguma maneira, eu conseguir fazer com que Kṛṣṇa e Seus associados sirvam de última oferenda de gergelim e água para as almas de meu irmão e de minha irmã que partiram, então os habitantes de Vrajabhūmi, para quem esses meninos são a vida e alma, automaticamente morrerão. Se não há vida, pode-se dispensar o corpo; consequentemente, quando seus filhos estiverem mortos, natu­ralmente todos os habitantes de Vraja morrerão.

VERSO 16: Após tomar essa decisão, o astucioso Aghāsura assumiu a forma de um enorme píton, da largura de uma grande montanha e medindo treze quilômetros de comprimento. Tendo assumido esse maravilhoso corpo de serpente, ele abriu sua boca como se esta fosse uma grande caverna nas montanhas e deitou-se na estrada, esperando pela oportunidade de engolir Kṛṣṇa e Seus associados, os vaqueirinhos.

VERSO 17: Seu lábio inferior repousava na superfície da Terra, e seu lábio superior tocava as nuvens no céu. Os cantos de sua boca pareciam os lados de uma grande caverna na montanha, e a parte intermediária de sua boca era o mais escuro possível. Sua língua parecia uma larga estrada, sua respiração exalava um vento morno, e seus olhos ardiam como o fogo.

VERSO 18: Ao verem esta maravilhosa forma do demônio, que parecia um grande píton, os meninos pensavam tratar-se de um belo cenário de Vṛndāvana. Depois, imaginaram que aquilo parecia a boca de um grande píton. Em outras palavras, os meninos, não sentindo nenhum medo, pensavam que era uma estátua que, em forma de um grande píton, fora feita para alegrar os seus passatempos.

VERSO 19: Os meninos disseram: Queridos amigos, acaso esta criatura está morta, ou se trata, na verdade, de uma serpente viva, com sua boca escancarada apenas para engolir todos nós? Por favor, esclareçamos esta dúvida.

VERSO 20: Enfim, chegaram à seguinte conclusão: Queridos amigos, certamente se trata de um animal sentado aqui para engolir cada um de nós. Seu lábio superior parece uma nuvem avermelhada pelo brilho do Sol, e seu lábio inferior parece as avermelhadas sombras de uma nuvem.

VERSO 21: À esquerda e à direita, as duas depressões semelhantes a cavernas de montanha são os cantos de sua boca, e os altos picos das monta­nhas são seus dentes.

VERSO 22: Em largura e comprimento, a língua do animal se assemelha a uma larga estrada, e o interior de sua boca é muitíssimo escuro, como a caverna de uma montanha.

VERSO 23: O vento quente e ardente é a respiração que provém de sua boca, que exala o mau cheiro de carne queimada devido a todos os cadáveres que ele comeu.

VERSO 24: Então, os meninos disseram: “Será que esta criatura viva veio en­golir-nos? Se ela tomar essa atitude, será imediatamente morta como Bakāsura. Então, eles olharam para o belo rosto de Kṛṣṇa, o inimi­go de Bakāsura, e, rindo alto e batendo palmas, entraram na boca do píton.

VERSO 25: A Suprema Personalidade de Deus, Śrī Kṛṣṇa, que como o antaryā­mī, a Superalma, está situado no âmago do coração de todos, ouviu os meninos falando entre si sobre o píton artificial. Eles não sabiam que ele, na realidade, era Aghāsura, um demônio que aparecera como um píton. Mas Kṛṣṇa, sabendo disso, queria impedir que Seus companheiros entrassem na boca do demônio.

VERSO 26: Nesse ínterim, enquanto Kṛṣṇa tentava descobrir um jeito de im­pedi-los, todos os vaqueirinhos entraram na boca do demônio. O demônio, entretanto, não os engoliu, pois estava pensando em seus parentes mortos por Kṛṣṇa e simplesmente aguardava Kṛṣṇa entrar em sua boca.

VERSO 27: Kṛṣṇa viu que todos os vaqueirinhos, que conheciam apenas a Ele como seu Senhor, acabavam de escapar de Suas mãos e estavam desamparados, entrando como palhas no fogo do abdômen de Aghāsura, que era a morte personificada. Para Kṛṣṇa, era intole­rável separar-Se de Seus amigos, os vaqueirinhos. Portanto, como se percebesse aquilo como um ato de Sua potência interna, Kṛṣṇa, por um momento, ficou espantado e sem saber o que fazer.

VERSO 28: Agora, o que se há de fazer? Como matar este demônio e salvar os devotos ao mesmo tempo? Kṛṣṇa, tendo potência ilimitada, deci­diu descobrir uma maneira inteligente pela qual pudesse salvar os meninos e matar o demônio simultaneamente. Foi então que Ele entrou na boca de Aghāsura.

VERSO 29: Quando Kṛṣṇa entrou na boca de Aghāsura, os semideuses, escon­didos atrás das nuvens, exclamaram: “Ai de nós! Ai de nós!” Mas os amigos de Aghāsura, tais como Kaṁsa e outros demônios, fica­ram jubilosos.

VERSO 30: Quando a invencível Suprema Personalidade de Deus, Kṛṣṇa, ouviu os semideuses gritando “Ai de nós! Ai de nós!” por detrás das nuvens, Ele de imediato Se agigantou dentro da garganta do demônio, simplesmente para salvar-Se, bem como salvar os vaqueirinhos, Seus companheiros, do demônio que queria esmagá-los.

VERSO 31: Depois, porque Kṛṣṇa aumentara o tamanho de Seu corpo, o demônio estendeu seu próprio corpo a um tamanho muito grande. Entretanto, com sua respiração interrompida, ele ficou sufocado, e seus olhos, esbugalhados, giraram de um lado para o outro. O ar vital do demônio, porém, não conseguia escapar por nenhuma saída, até que saiu através de um orifício no topo da cabeça do demônio.

VERSO 32: Quando todo o ar vital do demônio passou por aquele orifício no topo de sua cabeça, Kṛṣṇa lançou Seu olhar para os bezerros e vaqueirinhos mortos e os ressuscitou. Então, Mukunda, que pode conceder a liberação a todos, saiu da boca do demônio com Seus amigos e os bezerros.

VERSO 33: Do corpo do gigantesco píton, surgiu uma refulgência deslumbrante, iluminando todas as direções, e permaneceu individualmente no céu até Kṛṣṇa sair da boca do cadáver. Então, sob o olhar de todos os semideuses, essa refulgência entrou no corpo de Kṛṣṇa.

VERSO 34: Em seguida, estando todos satisfeitos, os semideuses começaram a derramar flores de Nandana-kānana, as dançarinas celestiais come­çaram a dançar, e os Gandharvas, que são famosos cantores, ofere­ceram canções oracionais. Os percussionistas começaram a bater seus timbales, e os brahmaṇas ofereceram hinos védicos. Dessa maneira, tanto no céu quanto na Terra, todos começaram a realizar seus deveres pessoais, glorificando o Senhor.

VERSO 35: Ao tomar conhecimento da maravilhosa cerimônia que ocorria perto de seu planeta, acompanhada de música, canções e sons de “Jaya! Jaya!”, o senhor Brahmā imediatamente desceu para assistir à solenidade. Ao ver tanta glorificação ao Senhor Kṛṣṇa, ele ficou completamente atônito.

VERSO 36: Ó rei Parīkṣit, quando o corpo de píton de Aghāsura definhou, restando apenas uma grande pele, tornou-se um lugar maravilhoso para os habitantes de Vṛndāvana visitarem, e permaneceu nesse estado por muitíssimo tempo.

VERSO 37: Este incidente em que Kṛṣṇa salvou da morte a Si mesmo e Seus amigos e libertou Aghāsura, que assumira a forma de um píton, aconteceu quando Kṛṣṇa tinha cinco anos de idade. Após um ano, ele foi revelado em Vrajabhūmi como se tivesse ocorrido naquele mesmo dia.

VERSO 38: Kṛṣṇa é a causa de todas as causas. As causas e os efeitos do mundo material, tanto superiores quanto inferiores, são todos criados pelo Senhor Supremo, o controlador original. Ao aparecer como o filho de Nanda Mahārāja e Yaśodā, Kṛṣṇa agiu através de Sua misericór­dia imotivada. Portanto, o fato de Ele manifestar Sua opulência ili­mitada não foi nenhum feito maravilhoso. Na verdade, Ele mostrou tamanha misericórdia que mesmo Aghāsura, o mais pecaminoso canalha, elevou-se à posição na qual se tornou um de Seus associados e alcançou sārūpya-mukti, o que é realmente impossível de ser alcançado por parte de pessoas materialmente contaminadas.

VERSO 39: Se mesmo apenas uma vez ou mesmo à força alguém introduz a forma da Suprema Personalidade de Deus em sua mente, ele pode alcançar a salvação suprema através da misericórdia de Kṛṣṇa, como aconteceu com Aghāsura. O que se pode dizer, então, daqueles em cujo coração a Suprema Personalidade de Deus entra ao aparecer como uma encarnação, ou daqueles que sempre pensam nos pés de lótus do Senhor, que é a fonte da bem-aventurança transcendental de todas as entidades vivas e por quem toda a ilusão é inteiramente removida?

VERSO 40: Śrī Sūta Gosvāmī disse: Ó santos eruditos, os passatempos infan­tis de Śrī Kṛṣṇa são muito maravilhosos. Mahārāja Parīkṣit, após ouvir sobre esses passatempos de Kṛṣṇa, que o salvou quando ele estava no ventre de sua mãe, ficou fixo em sua mente e voltou a pedir que Śukadeva Gosvāmī falasse sobre essas atividades piedosas.

VERSO 41: Mahārāja Parīkṣit perguntou: Ó grande sábio, por que os acontecimentos passados foram descritos como episódios atuais? Durante Sua idade kaumāra, o Senhor Śrī Kṛṣṇa realizou este passatempo em que Ele mata Aghāsura. Por que, então, durante Sua idade paugaṇḍa, os meninos descreveram este incidente como tendo acontecido recentemente?

VERSO 42: Ó maior dos yogīs, meu mestre espiritual, por favor, descreve por que isso aconteceu. Estou muito curioso em relação a isso. Acredito que não foi nada além de outra ilusão causada por Kṛṣṇa.

VERSO 43: Ó meu senhor, meu mestre espiritual, embora eu seja o mais baixo dos kṣatriyas, sou glorificado e beneficiado porque tenho a oportunidade de sempre ouvir-te falar sobre o néctar das atividades piedosas da Suprema Personalidade de Deus.

VERSO 44: Sūta Gosvāmī disse: Ó Śaunaka, maior entre os santos e devotos, quando Mahārāja Parīkṣit fez a Śukadeva Gosvāmī essa pergunta, Śukadeva Gosvāmī, imediatamente se lembrando dos tópicos sobre Kṛṣṇa presentes no âmago de seu coração, perdeu externamente o contato com as ações dos seus sentidos. Em seguida, com grande dificuldade, ele recuperou sua percepção sensorial externa e começou a falar a Mahārāja Parīkṣit sobre kṛṣṇa-kathā.

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