CAPÍTULO CINQUENTA E UM
A Salvação de Mucukunda
Este capítulo descreve como o Senhor Śrī Kṛṣṇa fez com que Mucukunda matasse Kālayavana com seu olhar severo e também relata a conversa entre Mucukunda e o Senhor Kṛṣṇa.
Depois de colocar os membros de Sua família em segurança dentro da fortaleza de Dvārakā, Śrī Kṛṣṇa saiu de Mathurā. Ele apareceu como a lua nascente. Kālayavana viu que o corpo muito refulgente de Kṛṣṇa correspondia à descrição do Senhor que Nārada fizera, em razão do que o yavana soube que Ele era a Personalidade de Deus. Vendo que o Senhor não trazia nenhuma arma conSigo, Kālayavana deixou de lado suas próprias armas e colocou-se a correr atrás do Senhor desejoso de lutar contra Ele. Śrī Kṛṣṇa correu do yavana, ficando um pouco além do alcance de Kālayavana a cada passo e terminando por levá-lo para muito longe, até uma caverna na montanha. Enquanto corria, Kālayavana lançava insultos ao Senhor, mas não conseguia pegá-lO, porque seu estoque de karma ímpio ainda não se esgotara. Śrī Kṛṣṇa entrou na caverna, ao que Kālayavana seguiu-O e viu um homem deitado no chão. Confundindo-o com Śrī Kṛṣṇa, Kālayavana o chutou. O homem estivera dormindo por muito tempo, e agora, tendo sido acordado com violência, olhou ao redor com ira e viu Kālayavana. O homem lançou-lhe um olhar ríspido, que fez acender um fogo no corpo de Kālayavana e reduziu-o a cinzas em um instante.
Essa pessoa extraordinária era um filho de Mandhātā chamado Mucukunda. Ele se dedicava à cultura bramânica e era sempre fiel a seu voto. Outrora, ele passara muitos e longos anos ajudando a proteger os semideuses do ataque dos demônios. Quando os semideuses, por fim, conseguiram Kārttikeya como seu protetor, eles permitiram que Mucukunda se retirasse, oferecendo-lhe qualquer dádiva que quisesse, exceto a liberação, que apenas o Senhor Viṣṇu pode conceder. Mucukunda escolhera dos semideuses a bênção de ser coberto pelo sono, e assim, desde então, estivera a dormir na caverna.
Depois da imolação de Kālayavana, Śrī Kṛṣṇa apresentou-Se a Mucukunda, que ficou tomado de admiração ao ver a incomparável beleza de Kṛṣṇa. Mucukunda perguntou ao Senhor Kṛṣṇa quem Ele era e também explicou ao Senhor sua própria identidade. Mucukunda disse: “Depois de ficar exausto por permanecer acordado por um longo tempo, eu estava desfrutando meu sono aqui nesta caverna quando algum estranho me perturbou e, sofrendo a reação de seus pecados, foi reduzido a cinzas. Ó Senhor, ó vencedor de todos os inimigos, é minha enorme fortuna ter agora a visão de Vossa bela forma.”
O Senhor Śrī Kṛṣṇa, então, contou a Mucukunda quem Ele era e ofereceu-lhe uma dádiva. O sábio Mucukunda, compreendendo a futilidade da vida material, pediu apenas que lhe fosse permitido abrigar-se aos pés de lótus do Senhor Śrī Kṛṣṇa.
Satisfeito com esse pedido, o Senhor disse a Mucukunda: “Meus devotos jamais se deixam enganar pelas bênçãos materiais que são oferecidas a eles; só os não-devotos, a saber, os yogīs e os filósofos especuladores, interessam-se por bênçãos materiais, pois têm desejos mundanos em seus corações. Meu querido Mucukunda, terás devoção perpétua por Mim. Agora, permanecendo sempre rendido a Mim, vai e pratica penitências para erradicar as reações pecaminosas em que incorreste pela matança que tiveste de fazer em teu papel de guerreiro. Em tua próxima vida, serás um brāhmaṇa de primeira classe e Me alcançarás.” Dessa maneira, o Senhor ofereceu Suas bênçãos a Mucukunda.
VERSOS 1-6: Śukadeva Gosvāmī disse: Kālayavana viu o Senhor sair de Mathurā tal qual a lua nascente. O Senhor era belíssimo de contemplar, com Sua tez azul-escura e roupas de seda amarela. Sobre o peito, tinha a marca de Śrīvatsa, e a joia Kaustubha adornava-Lhe o pescoço. Seus quatro braços eram vigorosos e longos. Ele exibia Seu rosto de lótus sempre jubiloso, com olhos cor de rosa como o lótus, bochechas belamente refulgentes, um sorriso imaculado e esplendorosos brincos em forma de tubarões. O bárbaro pensou: “Este deve mesmo ser Vāsudeva, pois tem as características que Nārada mencionou: possui a marca Śrīvatsa, tem quatro braços, Seus olhos são como o lótus, usa uma guirlanda de flores silvestres e é belíssimo. Não pode ser ninguém mais. Já que Ele está a pé e sem armas, lutarei contra Ele desarmado.” Tomada essa decisão, ele correu atrás do Senhor, que lhe deu as costas e fugiu correndo. Kālayavana esperava capturar o Senhor Kṛṣṇa, embora eminentes yogīs místicos não consigam alcançá-lO.
VERSO 7: Parecendo virtualmente ao alcance das mãos de Kālayavana a cada momento, o Senhor Hari levou o rei dos yavanas até uma distante caverna na montanha.
VERSO 8: Enquanto perseguia o Senhor, o yavana lançava-Lhe insultos, dizendo: Nascestes na dinastia Yadu. Não é apropriado que fujais correndo!” Mas Kālayavana, ainda assim, não conseguia alcançar o Senhor Kṛṣṇa, pois suas reações pecaminosas não tinham sido eliminadas.
VERSO 9: Embora insultado dessa maneira, o Senhor Supremo entrou na caverna da montanha. Kālayavana O seguiu e lá viu outro homem deitado a dormir.
VERSO 10: “Então, após trazer-me tão longe, agora Ele está deitado aqui como um santo!” Assim, pensando que o homem adormecido era o Senhor Kṛṣṇa, o tolo iludido chutou-o com toda a força.
VERSO 11: O homem acordou depois de um longo sono e abriu os olhos devagar. Olhando para todos os lados, ele viu Kālayavana de pé a seu lado.
VERSO 12: O homem desperto estava irado e lançou seu olhar sobre Kālayavana, cujo corpo irrompeu em chamas. Em um momento, ó rei Parīkṣit, Kālayavana foi reduzido a cinzas.
VERSO 13: O rei Parīkṣit disse: Quem era aquela pessoa, ó brāhmaṇa? A que família pertencia, e quais eram seus poderes? Por que aquele destruidor do bárbaro se deitou para dormir na caverna, e de quem era filho?
VERSO 14: Śukadeva Gosvāmī disse: Mucukunda era o nome daquela grande personalidade, que nasceu na dinastia Ikṣvāku como filho de Māndhātā. Ele se dedicava à cultura bramânica e, em combate, era sempre fiel a seu voto.
VERSO 15: Solicitado por Indra e outros semideuses para ajudar a protegê-los dos demônios que os estavam aterrorizando, Mucukunda defendeu-os durante muito tempo.
VERSO 16: Depois de conseguirem Kārttikeya como seu general, os semideuses disseram a Mucukunda: “Ó rei, podes agora deixar o penoso serviço de nos proteger.”
VERSO 17: “Abandonando um reino invencível no mundo dos homens, ó herói valente, desdenhaste todos os teus desejos pessoais em favor de nossa proteção.”
VERSO 18: “Os filhos, rainhas, parentes, ministros, conselheiros e súditos que eram teus contemporâneos já não estão vivos. Eles foram todos varridos pelo tempo.”
VERSO 19: O tempo inesgotável, mais forte do que os fortes, é a própria Suprema Personalidade de Deus. Tal qual um pastor que faz seus animais se moverem, Ele, como parte de Seu passatempo, move as criaturas mortais.
VERSO 20: “Toda a boa fortuna a ti! Agora, por favor, pede-nos uma bênção – qualquer coisa exceto a liberação, pois só o infalível Senhor Supremo, Viṣṇu, pode concedê-la.”
VERSO 21: Depois de ouvir essas palavras, o rei Mucukunda despediu-se respeitosamente dos semideuses e foi para uma caverna, onde se deitou para desfrutar do sono que eles lhe haviam concedido.
VERSO 22: Depois que o yavana foi reduzido a cinzas, o Senhor Supremo, líder dos Sātvatas, revelou-Se ao sábio Mucukunda.
VERSOS 23-26: Ao olhar para o Senhor, o rei Mucukunda viu que Ele era azul-escuro como uma nuvem, tinha quatro braços e usava uma roupa de seda amarela. Em Seu peito, trazia a marca Śrīvatsa e, em Seu pescoço, a refulgente joia Kaustubha. Adornado com uma guirlanda Vaijayantī, o Senhor exibia Seu belo e pacífico rosto, que atrai os olhos de toda a humanidade com seus brincos em forma de tubarão e com seu olhar sorridente e afetuoso. A beleza de Sua forma juvenil era insuperável, e Seu andar tinha a nobreza de um leão raivoso. O inteligentíssimo rei maravilhou-se diante da refulgência do Senhor, que mostrava ser Ele invencível. Expressando sua incerteza, Mucukunda interrogou hesitantemente o Senhor da seguinte maneira.
VERSO 27: Śrī Mucukunda disse: Quem sois Vós, que viestes a esta caverna no meio da floresta, andando no chão cheio de espinhos com pés tão macios como pétalas de lótus?
VERSO 28: Talvez sejais a potência de todos os seres poderosos. Ou talvez sejais o poderoso deus do fogo, ou o deus do Sol, o deus da Lua, o rei dos céus ou o semideus governante de algum outro planeta.
VERSO 29: Acho que sois a Personalidade Suprema entre os três principais deuses, pois afastais as trevas desta caverna assim como uma lamparina afasta a escuridão com sua luz.
VERSO 30: Ó melhor dentre os homens, se quereis, por favor, descrevei fielmente Vosso nascimento, atividades e linhagem para nós, que estamos ansiosos por ouvir.
VERSO 31: Quanto a nós, ó tigre entre os homens, pertencemos a uma família de kṣatriyas decaídos, descendentes do rei Ikṣvāku. Meu nome é Mucukunda, meu Senhor, e sou filho de Yauvanāśva.
VERSO 32: Eu estava fatigado por ter permanecido muito tempo acordado, e meus sentidos estavam dominados pelo sono. Por isso, dormi confortavelmente aqui neste lugar solitário até que, bem agora, alguém me acordou.
VERSO 33: O homem que me acordou, devido à reação de seus pecados, foi reduzido a cinzas. Só então eu vi a Vossa pessoa, que possuís uma aparência gloriosa e o poder de castigar Vossos inimigos.
VERSO 34: Vossa refulgência de brilho intolerável sobrepuja nossa força, de modo que não conseguimos fixar nosso olhar em Ti. Ó pessoa sublime, deveis ser honrado por todos os seres corporificados.
VERSO 35: [Śukadeva Gosvāmī continuou:] Depois de ouvir essas palavras ditas pelo rei, a Suprema Personalidade de Deus, origem de toda a criação, sorriu e passou a responder-lhe com uma voz tão profunda quanto o ribombar de nuvens.
VERSO 36: O Senhor Supremo disse: Meu querido amigo, tive milhares de nascimentos, vivi milhares de vidas e aceitei milhares de nomes. De fato, Meus nascimentos, atividades e nomes são ilimitados, de maneira que nem Eu sou capaz de contá-los.
VERSO 37: Após muitas vidas, uma pessoa conseguiria contar as partículas de poeira da Terra, mas ninguém conseguiria, em tempo algum, terminar a contagem de Minhas qualidades, atividades, nomes e nascimentos.
VERSO 38: Ó rei, os mais eminentes sábios enumeram Meus nascimentos e atividades, que ocorrem em todas as três fases do tempo, mas jamais chegam ao fim dessa enumeração.
VERSOS 39-40: Não obstante, ó amigo, Eu te falarei sobre Meu nascimento, nome e atividades atuais. Tem a bondade de ouvir. Algum tempo atrás, o senhor Brahmā pediu-Me que protegesse os princípios religiosos e destruísse os demônios que estavam oprimindo a Terra. Por esse motivo, apareci na dinastia Yadu, na casa de Ānakadundubhi. De fato, por ser filho de Vasudeva, as pessoas Me chamam de Vāsudeva.
VERSO 41: Matei Kālanemi, que reencarnou como Kaṁsa, bem como Pralambha e outros inimigos dos piedosos. E agora, ó rei, este bárbaro foi reduzido a cinzas por teu olhar lancinante.
VERSO 42: Visto que oraste repetidas vezes a Mim no passado, vim pessoalmente a esta caverna para mostrar-te misericórdia, pois tenho inclinação afetuosa por Meus devotos.
VERSO 43: Agora, escolhe algumas bênçãos que desejas, ó santo rei. Satisfarei todos os teus desejos. Quem Me satisfez jamais precisará lamentar-se outra vez.
VERSO 44: Śukadeva Gosvāmī disse: Mucukunda prostrou-se diante do Senhor ao ouvir isso. Lembrando as palavras do sábio Garga, em júbilo, reconheceu que Kṛṣṇa é o Senhor Supremo, Nārāyaṇa. O rei, então, dirigiu-se a Ele da seguinte maneira.
VERSO 45: Śrī Mucukunda disse: Ó Senhor, as pessoas deste mundo, tanto homens quanto mulheres, deixam-se confundir por Vossa energia ilusória. Sem consciência de seu verdadeiro benefício, elas não Vos adoram, senão que buscam a felicidade mediante seu envolvimento nos assuntos familiares, que são, na verdade, fontes de sofrimento.
VERSO 46: Tem a mente impura aquele que, apesar de ter automaticamente obtido, de um modo ou de outro, a rara e evoluidíssima forma de vida humana, não adora Vossos pés de lótus. Assim como um animal que caiu em um poço escuro, semelhante pessoa caiu na escuridão da moradia material.
VERSO 47: Desperdicei todo este tempo, ó invencível, ficando cada vez mais inebriado com meu domínio e opulência de rei terrestre. Por erroneamente identificar o corpo mortal como o eu, ficando assim apegado a filhos, esposas, tesouro e terra, sofri interminável ansiedade.
VERSO 48: Com profunda arrogância, achava que era o corpo, o qual é um objeto material, como um pote ou uma parede. Julgando-me um deus entre os homens, viajava pela Terra rodeado de quadrigários, elefantes, cavalaria, infantaria e generais, sem levar-Vos em consideração devido a meu orgulho enganador.
VERSO 49: Um homem obcecado pela ideia do que ele acha que precisa ser feito, intensamente ganancioso e entregue ao gozo dos sentidos, será repentinamente confrontado por Vós, que estais sempre alerta. Tal qual uma cobra faminta lambendo as presas diante de um rato, apareceis diante dele como a morte.
VERSO 50: O corpo que, a princípio, passeia no alto de elefantes ferozes ou quadrigas adornadas de ouro e é conhecido pelo nome de “rei” depois, devido a Vosso invencível poder do tempo, passa a ser chamado de “fezes”, “vermes” ou “cinzas”.
VERSO 51: Após conquistar tudo em todas as direções e, deste modo, livrar-se de conflitos, o homem senta-se em um trono esplêndido, recebendo louvor de líderes que antes eram iguais a ele. Mas quando entra nos aposentos das mulheres, onde se encontra o prazer sexual, ele é conduzido de um lado para outro como um animal de estimação, ó Senhor.
VERSO 52: Um rei que deseja um poder ainda maior do que já tem executa à risca seus deveres, praticando austeridades atenciosamente e privando-se do gozo dos sentidos. Mas aquele cujos impulsos são tão descontrolados que pensa: “Eu sou independente e supremo”, não pode alcançar a felicidade.
VERSO 53: Quando a vida material de uma alma errante cessa, ó Acyuta, ela pode obter a associação com Vossos devotos. E quando se associa com eles, desperta nela a devoção a Vós, que sois a meta dos devotos e o Senhor de todas as causas e de seus efeitos.
VERSO 54: Meu Senhor, penso que tivestes misericórdia de mim, pois o apego por meu reino cessou espontaneamente. Por uma liberdade assim, oram os governantes santos de vastos impérios que desejam entrar na floresta para levar uma vida de solidão.
VERSO 55: Ó todo-poderoso, não desejo nenhuma outra dádiva senão o serviço a Vossos pés de lótus, a dádiva procurada com mais avidez por aqueles que estão livres de desejo material. Ó Hari, que pessoa iluminada que presta adoração a Ti, o outorgador da liberação, escolheria uma dádiva que provoca seu próprio cativeiro?
VERSO 56: Portanto, ó Senhor, tendo deixado de lado todos os objetos de desejo materiais, que estão presos aos modos da paixão, ignorância e bondade, estou me aproximando de Vós, a Suprema Personalidade de Deus, em busca de refúgio. Não estais coberto pelas designações mundanas; ao contrário, sois a Suprema Verdade Absoluta, pleno de conhecimento puro, e transcendental aos modos materiais.
VERSO 57: Há muito tempo, tenho sido afligido por problemas neste mundo e tenho ardido em lamentações. Meus seis inimigos jamais se saciam, e não consigo encontrar a paz. Portanto, ó Vós que concedeis abrigo, ó Alma Suprema, por favor, protegei-me. Ó Senhor, em meio ao perigo, tive a boa fortuna de me aproximar de Vossos pés de lótus, que são a verdade e que, assim, tornam as pessoas destemidas e livres de aflição.
VERSO 58: O Senhor Supremo disse: Ó imperador, grande governante, tua mente é pura e poderosa. Embora Eu tenha te seduzido com a ofertas de bênçãos, Tua mente não se deixou dominar pelos desejos materiais.
VERSO 59: Fica sabendo que te seduzi com ofertas de bênçãos apenas para provar que não serias enganado. A inteligência de Meus devotos imaculados jamais é desviada por bênçãos materiais.
VERSO 60: A mente dos não-devotos que se empenham em práticas tais como prāṇāyāma não está livre por completo dos desejos materiais. Por isso, ó rei, veem-se surgir outra vez na mente deles os desejos materiais.
VERSO 61: Vagueia à vontade por esta terra, com a mente fixa em Mim. Que sempre possuas tal devoção inabalável por Mim.
VERSO 62: Por teres seguido os princípios de um kṣatriya, mataste seres vivos durante tuas caçadas e outras atividades. Para destruir os pecados que cometeste assim, deves praticar penitências cuidadosamente, ao mesmo tempo que permaneces rendido a Mim.
VERSO 63: Ó rei, já em tua próxima vida, serás um excelente brāhmaṇa, o maior benquerente de todas as criaturas, e com certeza virás apenas a Mim.