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CAPÍTULO VINTE E TRÊS

As Dinastias dos Filhos de Yayāti

 Neste vigésimo terceiro capítulo, descrevem-se as dinastias de Anu, Druhyu, Turvasu e Yadu, bem como a história de Jyāmagha.

Os filhos do quarto filho de Yayāti, Anu, foram Sabhānara, Cakṣu e Pareṣṇu. Desses três, os filhos e netos de Sabhānara foram sucessivamente Kālanara, Sṛñjaya, Janamejaya, Mahāśāla e Mahāmanā. Os filhos de Mahāmanā foram Uśīnara e Titikṣu. Uśīnara teve quatro filhos, a saber, Śibi, Vara, Kṛmi e Dakṣa. Śibi também teve quatro filhos – Vṛṣādarbha, Sudhīra, Madra e Kekaya. O filho de Titikṣu foi Ruṣadratha, que gerou um filho chamado Homa. De Homa, veio Sutapā, e de Sutapā, Bali. Deste modo, a dinastia prosseguia. No ventre da esposa de Bali, Dīrghatamā gerou Aṅga, Vaṅga, Kaliṅga, Suhma, Puṇḍra e Oḍra, todos os quais se tornaram reis.

De Aṅga, veio Khalapāna, cuja dinastia incluía Diviratha, Dharmaratha e Citraratha, também chamado Romapāda, um após o outro. Mahārāja Daśaratha deu em caridade uma de suas filhas, chamada Śāntā, ao seu amigo Romapāda porque Romapāda não tinha filhos. Romapāda aceitou Śāntā como sua filha, e o grande sábio Ṛṣyaśṛṅga casou-se com ela. Pela misericórdia de Ṛṣyaśṛṅga, Romapāda teve um filho chamado Caturaṅga. O filho de Caturaṅga foi Pṛthulākṣa, que teve três filhos – Bṛhadratha, Bṛhatkarmā e Bṛhadbhānu. De Bṛhadratha, veio um filho chamado Bṛhadmanā, cujos filhos e netos foram sucessivamente Jayadratha, Vijaya, Dhṛti, Dhṛtavrata, Satkarmā e Adhiratha. Adhiratha aceitou o filho rejeitado por Kuntī, a saber, Karṇa, e o filho de Karṇa foi Vṛṣasena.

O filho do terceiro filho de Yayāti, Druhyu, foi Babhru, cujo filho e netos foram Setu, Ārabdha, Gāndhāra, Dharma, Dhṛta, Durmada e Pracetā.

O filho do segundo filho de Yayāti, Turvasu, foi Vahni, cuja di­nastia seminal incluía Bharga, Bhānumān, Tribhānu, Karandhama e Maruta. Maruta, que não tinha filhos, aceitou Duṣmanta, perten­cente à dinastia Pūru, como filho adotivo. Mahārāja Duṣmanta estava ansioso pela recuperação do seu reino, de modo que voltou a Pūru­vaṁśa.

Dos quatro filhos de Yadu, Sahasrajit era o mais velho. O filho de Sahasrajit chamava-se Śatajit. Ele teve três filhos, um dos quais foi Haihaya. Os filhos e netos na dinastia de Haihaya foram Dharma, Netra, Kunti, Sohañji, Mahiṣmān, Bhadrasenaka, Dhanaka, Kṛta­vīrya, Arjuna, Jayadhvaja, Tālajaṅgha e Vītihotra.

O filho de Vītihotra foi Madhu, cujo filho mais velho foi Vṛṣṇi. Devido a Yadu, Madhu e Vṛṣṇi, suas dinastias são conhecidas como Yādava, Mādhava e Vṛṣṇi. Outro filho de Yadu foi Kroṣṭā, e dele vieram Vṛjinavān, Svāhita, Viṣadgu, Citraratha, Śaśabindu, Pṛthu­śravā, Dharma, Uśanā e Rucaka. Rucaka teve cinco filhos, um dos quais era conhecido como Jyāmagha. Jyāmagha não tinha filhos, mas, por misericórdia dos semideuses, sua esposa, que não tinha filhos, deu à luz um filho chamado Vidarbha.

VERSO 1: Śukadeva Gosvāmī disse: Anu, o quarto filho de Yayāti, teve três filhos, chamados Sabhānara, Cakṣu e Pareṣṇu. Ó rei, de Sabhānara, veio um filho chamado Kālanara, e de Kālanara, veio um filho chamado Sṛñjaya.

VERSO 2: De Sṛñjaya, veio um filho chamado Janamejaya. De Janamejaya, veio Mahāśāla; de Mahāśāla, Mahāmanā, e de Mahāmanā, dois filhos, chamados Uśīnara e Titikṣu.

VERSOS 3-4: Os quatro filhos de Uśīnara foram Śibi, Vara, Kṛmi e Dakṣa, e de Śibi também surgiram quatro filhos, chamados Vṛṣādarbha, Sudhī­ra, Madra e o ātma-tattva-vit Kekaya. O filho de Titikṣu foi Ruṣadratha. De Ruṣadratha, veio Homa; de Homa, Sutapā, e de Sutapā, Bali.

VERSO 5: Através do sêmen que Dīrghatamā depositou na esposa de Bali, o imperador do mundo, nasceram seis filhos, chamados Aṅga, Vaṅga, Kaliṅga, Suhma, Puṇḍra e Oḍra.

VERSO 6: Esses seis filhos, encabeçados por Aṅga, mais tarde se tornaram reis dos seis estados do lado oriental da Índia. Esses estados eram conhecidos de acordo com os nomes de seus respectivos reis. De Aṅga, surgiu um filho chamado Khalapāna, e de Khalapāna, veio Di­viratha.

VERSOS 7-10: De Diviratha, veio um filho chamado Dharmaratha, cujo filho foi Citraratha, que era célebre como Romapāda. Romapāda, entretanto, não tinha prole, de modo que seu amigo Mahārāja Daśaratha deu-lhe sua própria filha, chamada Śāntā. Romapāda aceitou-a como sua filha, após o que ela se casou com Ṛṣyaśṛṅga. Quando se verificou que os semideuses dos planetas celestiais deixaram de derramar chuva, Ṛṣyaśṛṅga foi escolhido como o sacerdote que realiza sacrifícios, depois de ter sido trazido da floresta sob o encanto de prostitutas, que dança­vam, atuavam acompanhadas de música e o abraçavam e adoravam. Depois da chegada de Ṛṣyaśṛṅga, a chuva caiu. Em seguida, Ṛṣyaśṛṅga realizou, em benefício de Mahā­rāja Daśaratha, que não tinha prole, um sacrifício para que ele fosse agraciado com descendentes, em consequência do que Mahārāja Daśaratha tornou-se pai. De Romapāda, pela misericórdia de Ṛṣyaśṛṅga, nasceu Caturaṅga, e de Caturaṅga, veio Pṛthulākṣa.

VERSO 11: Os filhos de Pṛthulākṣa foram Bṛhadratha, Bṛhatkarmā e Bṛhad­bhānu. Do mais velho, Bṛhadratha, veio um filho chamado Bṛhanmanā, e de Bṛhanmanā, veio um filho chamado Jayadratha.

VERSO 12: Jayadratha gerou no ventre de sua esposa Sambhūti seu filho Vi­jaya, e de Vijaya nasceu Dhṛti. De Dhṛti, veio Dhṛtavrata; de Dhṛtavrata, Satkarmā, e de Satkarmā, Adhiratha.

VERSO 13: Enquanto se divertia às margens do Ganges, Adhiratha encontrou um bebê agasalhado em um cesto. O bebê fora deixado por Kuntī porque nascera antes de ela se casar. Como não tinha filhos, Adhiratha criou esse bebê como se fosse seu. [Esse filho mais tarde ficou conhecido como Karṇa.]

VERSO 14: Ó rei, o único filho de Karṇa foi Vṛṣasena. Druhyu, o terceiro filho de Yayāti, teve um filho chamado Babhru, e o filho de Babhru era conhecido como Setu.

VERSO 15: O filho de Setu foi Ārabdha, o filho de Ārabdha foi Gāndhāra, e o filho de Gāndhāra foi Dharma. O filho de Dharma foi Dhṛta, o filho de Dhṛta foi Durmada, e o filho de Durmada foi Pracetā, que teve cem filhos.

VERSO 16: Os Pracetās [os filhos de Pracetā] ocuparam o lado setentrional da Índia, que era desprovido de civilização védica, e ali se tornaram reis. O segundo filho de Yayāti foi Turvasu. O filho de Turvasu foi Vahni; o filho de Vahni foi Bharga, e o filho de Bharga, Bhānumān.

VERSO 17: O filho de Bhānumān foi Tribhānu, cujo filho foi o magnânimo Karandhama. O filho de Karandhama foi Maruta, que não teve filhos e, portanto, adotou um filho da dinastia Pūru [Mahārāja Duṣmanta] como se fosse seu.

VERSOS 18-19: Mahārāja Duṣmanta, desejando ocupar o trono, retornou à sua dinastia original [a dinastia Pūru], muito embora tivesse aceitado Maruta como seu pai. Ó Mahārāja Parīkṣit, ouve-me descrever a dinastia de Yadu, o filho mais velho de Mahārāja Ya­yāti. Esta descrição é sumamente piedosa, e destrói as reações das atividades pecaminosas da sociedade humana. Pelo simples fato de ouvir esta descrição, a pessoa se liberta de todas as reações pecaminosas.

VERSOS 20-21: Sob Sua forma original, a Suprema Personalidade de Deus, Kṛṣṇa, a Superalma que reside no coração de todas as entidades vivas, desceu como um ser humano na dinastia ou família de Yadu. Yadu teve quatro filhos, chamados Sahasrajit, Kroṣṭā, Nala e Ripu. Desses quatro, o mais velho, Sahasrajit, teve um filho chamado Śatajit, cujos três filhos chamavam-se Mahāhaya, Reṇuhaya e Haihaya.

VERSO 22: O filho de Haihaya foi Dharma, e o filho de Dharma foi Netra, o pai de Kunti. De Kunti, veio um filho chamado Sohañji; de Sohañji, veio Mahiṣmān, e de Mahiṣmān, Bhadrasenaka.

VERSO 23: Os filhos de Bhadrasena eram conhecidos como Durmada e Dha­naka. Dhanaka foi o pai de Kṛtavīrya e também de Kṛtāgni, Kṛtavarmā e Kṛtaujā.

VERSO 24: O filho de Kṛtavīrya foi Arjuna. Ele [Kārtavīryārjuna] tornou-se o imperador de todo o mundo, consistindo em sete ilhas, e recebeu poder místico de Dattātreya, a encarnação da Suprema Personalidade de Deus. Assim, ele obteve as perfeições místicas conhecidas como aṣṭa-siddhi.

VERSO 25: Nenhum outro rei deste mundo pôde igualar-se a Kārtavīryārjuna em sacrifícios, caridade, austeridade, poder místico, educação, força ou misericórdia.

VERSO 26: Por oitenta e cinco mil anos, Kārtavīryārjuna desfrutou continuamente de opulências materiais com plena força física e memória intacta. Em outras palavras, ele desfrutou de inexauríveis opulên­cias materiais com os seus seis sentidos.

VERSO 27: Dos mil filhos de Kārtavīryārjuna, somente cinco permaneceram vivos após a luta com Paraśurāma. Seus nomes eram Jayadhvaja, Śūrasena, Vṛṣabha, Madhu e Ūrjita.

VERSO 28: Jayadhvaja teve um filho chamado Tālajaṅgha, que teve cem filhos. Todos os kṣatriyas daquela dinastia, conhecida como Tālajaṅgha, foram aniquilados pelo grande poder que Mahārāja Sagara recebeu de Aurva Ṛṣi.

VERSO 29: Dos filhos de Tālajaṅgha, Vītihotra era o mais velho. O filho de Vītihotra chamado Madhu teve um célebre filho de nome Vṛṣṇi. Madhu teve cem filhos, dos quais Vṛṣṇi era o mais velho. As dinastias conhecidas como Yādava, Mādhava e Vṛṣṇi originaram-se de Yadu, Madhu e Vṛṣṇi.

VERSOS 30-31: Ó Mahārāja Parīkṣit, porque Yadu, Madhu e Vṛṣṇi inauguraram suas próprias dinastias, elas são conhecidas como Yādava, Mādhava e Vṛṣṇi. O filho de Yadu chamado Kroṣṭā teve um filho chamado Vṛjinavān. O filho de Vṛjinavān foi Svāhita; o filho de Svāhita, Viṣadgu; o filho de Viṣadgu, Citraratha, e o filho de Citraratha, Śaśabindu. O afortunadíssimo Śaśabindu, que foi um grande místico, possuía quatorze opulências e era proprietário de quatorze grandes joias. Assim, tornou-se o imperador do mundo.

VERSO 32: O famoso Śaśabindu teve dez mil esposas, e gerou cem mil filhos em cada uma delas. Ao todo, portanto, ele teve um bilhão de filhos.

VERSO 33: Entre esses muitos filhos, seis eram os principais, como, por exem­plo, Pṛthuśravā e Pṛthukīrti. O filho de Pṛthuśravā era conhecido como Dharma, cujo filho era conhecido como Uśanā. Uśanā reali­zou cem sacrifícios de cavalos.

VERSO 34: O filho de Uśanā foi Rucaka, que teve cinco filhos – Purujit, Rukma, Rukmeṣu, Pṛthu e Jyāmagha. Por favor, ouve enquanto falo acerca desses filhos.

VERSOS 35-36: Jyāmagha não tinha filhos, mas, como temia sua esposa, Śaibyā, ele não pôde aceitar outra esposa. Jyāmagha certa vez tomou da casa de um certo inimigo real uma jovem prostituta, mas, ao vê-la, Śaibyā ficou muito irada e disse ao seu esposo: “Meu esposo traidor! Quem é esta jovem que ocupa o meu assento na quadri­ga?” Jyāmagha respondeu, então: “Esta jovem será tua nora.” Ao ouvir essas palavras jocosas, Śaibyā sorriu e respondeu.

VERSO 37: Śaibyā disse: “Sou estéril e não tenho co-esposa alguma. Como esta jovem pode ser minha nora? Por favor, dize-me.” Jyāmagha respondeu: “Minha querida rainha, providenciarei para que realmente tenhas um filho, de modo que esta jovem se torne tua nora.”

VERSO 38: Muitíssimo tempo atrás, Jyāmagha satisfizera os semideuses e Pitās em razão de adorá-los. Agora, por misericórdia deles, as palavras de Jyāmagha cumpriram-se. Embora Śaibyā fosse estéril, ela ficou grávida pela graça dos semideuses e, no decorrer do tempo, deu à luz um filho chamado Vidarbha. Antes do nascimento da criança, a jovem fora aceita como nora, de modo que Vidarbha, ao crescer, de fato a desposou.

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