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Capítulo Seis

As Glórias de Śrī Advaita Ācārya

Descreve-se a verdade de Advaita Ācārya em dois versos distintos. É dito que a natureza material tem dois aspectos, a saber, a causa material e a causa eficiente. Mahā-Viṣṇu causa as atividades causais eficientes, e outra forma de Mahā-Viṣṇu, conhecida como Advaita, causa as atividades causais materiais. Esse Advaita, o superintendente da manifestação cósmica, desce sob a forma de Advaita para associar-Se com o Senhor Caitanya. Ao ser chamado de servo do Senhor Caitanya, Suas glórias se ampliam porque, a não ser que alguém se fortifique com essa mentalidade de serviço, não pode compreender as doçuras obtidas do serviço devocional ao Senhor Supremo, Kṛṣṇa.

VERSO 1: Ofereço minhas respeitosas reverências a Śrī Advaita Ācārya, cujas atividades são inteiramente maravilhosas. Por Sua misericórdia, mesmo um tolo pode descrever Suas características.

VERSO 2: Todas as glórias ao Senhor Śrī Caitanya Mahāprabhu! Todas as glórias ao Senhor Nityānanda! Todas as glórias a Advaita Ācārya! E todas as glórias a todos os devotos do Senhor Śrī Caitanya Mahāprabhu!

VERSO 3: Em cinco versos, descrevi o princípio do Senhor Nityānanda. Então, nos dois versos seguintes, descrevo as glórias de Śrī Advaita Ācārya.

VERSO 4: O Senhor Advaita Ācārya é a encarnação de Mahā-Viṣṇu, cuja função principal é criar o mundo cósmico através das ações de māyā.

VERSO 5: Por não ser diferente de Hari, o Senhor Supremo, Ele é chamado Advaita, e, como propaga o culto da devoção, chama-Se Ācārya. Ele é o Senhor e a encarnação do devoto do Senhor. Portanto, refugio-me nEle.

VERSO 6: Na verdade, Śrī Advaita Ācārya é diretamente a própria Suprema Personalidade de Deus. Sua glória está além da concepção dos seres vivos comuns.

VERSO 7: Mahā-Viṣṇu desempenha todas as funções para a criação dos universos. Śrī Advaita Ācārya é Sua encarnação direta.

VERSO 8: Esse puruṣa cria e mantém com Sua energia externa. Ele cria inumeráveis universos em Seus passatempos.

VERSO 9: Por Sua vontade, Ele Se manifesta em formas ilimitadas, com as quais entra em cada universo.

VERSO 10: Śrī Advaita Ācārya é uma parte plenária desse puruṣa, de modo que não é diferente dEle. De fato, Śrī Advaita Ācārya não é separado, mas é outra forma desse puruṣa.

VERSO 11: Ele [Advaita Ācārya] auxilia nos passatempos do puruṣa, com cuja energia material e por cuja vontade Ele cria inumeráveis universos.

VERSO 12: Śrī Advaita Ācārya é inteiramente auspicioso para o mundo, pois é o reservatório de atributos plenamente auspiciosos. Suas características, atividades e nome são sempre auspiciosos.

VERSO 13: Mahā-Viṣṇu cria todo o mundo material, com milhões de Suas partes, energias e encarnações.

VERSOS 14-15: Assim como a energia externa consiste em duas partes – a causa eficiente [nimitta] e a causa material [upādāna], māyā sendo a causa eficiente, e pradhāna, a causa material –, do mesmo modo, o Senhor Viṣṇu, a Suprema Personalidade de Deus, assume duas formas para criar o mundo material com as causas eficiente e material.

VERSO 16: O próprio Senhor Viṣṇu é a causa eficiente [nimitta] do mundo material, e Nārāyaṇa na forma de Śrī Advaita é a causa material [upādāna].

VERSO 17: O Senhor Viṣṇu, sob Seu aspecto eficiente, lança Seu olhar sobre a energia material, e Śrī Advaita, como a causa material, cria o mundo material.

VERSO 18: Embora a filosofia sāṅkhya aceite os ingredientes materiais como a causa, a criação do mundo não surge jamais da matéria morta.

VERSO 19: O Senhor infunde os ingredientes materiais com Sua própria potência criativa. Então, pelo poder do Senhor, acontece a criação.

VERSO 20: Sob a forma de Advaita, Ele infunde os ingredientes materiais com energia criativa. Portanto, Advaita é a causa original da criação.

VERSO 21: Śrī Advaita Ācārya é o criador de milhões e milhões de universos, e, por meio de Suas expansões [como Garbhodakaśāyī Viṣṇu], Ele mantém todos os universos.

VERSO 22: Śrī Advaita é o membro [aṅga] principal de Nārāyaṇa. O Śrīmad-Bhāgavatam refere-se a “membro” [aṅga] como “uma porção plenária” [aṁśa] do Senhor.

VERSO 23: “Ó Senhor dos senhores, sois o vidente de toda a criação. Na verdade, sois a queridíssima vida de todos. Acaso não sois, portanto, meu pai, Nārāyaṇa? ‘Nārāyaṇa’ refere-se àquele cuja morada fica na água nascida de Nara [Garbhodakaśāyī Viṣṇu], e esse Nārāyaṇa é Vossa porção plenária. Todas as Vossas porções plenárias são transcendentais. Elas são absolutas e não são criações de māyā.”

VERSO 24: Este verso descreve que os membros e porções plenárias do Senhor são todos espirituais: eles não têm relação alguma com a energia material.

VERSO 25: Por que Śrī Advaita é chamado de membro, e não de parte? A razão é que “membro” implica em intimidade maior.

VERSO 26: Śrī Advaita, que é um reservatório de virtudes, é o membro principal de Mahā-Viṣṇu. Seu nome completo é Advaita, pois Ele é idêntico àquele Senhor sob todos os aspectos.

VERSO 27: Assim como outrora Ele criara todos os universos, agora Ele desceu para introduzir o caminho de bhakti.

VERSO 28: Ele libertou todos os seres vivos, oferecendo-lhes a dádiva de kṛṣṇa-bhakti. Ele explicou a Bhagavad-gītā e o Śrīmad-Bhāgavatam à luz do serviço devocional.

VERSO 29: Uma vez que Ele não tem outra ocupação senão ensinar o serviço devocional, Seu nome é Advaita Ācārya.

VERSO 30: Ele é o mestre espiritual de todos os devotos e é a personalidade mais reverenciada no mundo. Pela combinação desses dois nomes, Seu nome é Advaita Ācārya.

VERSO 31: Por ser um membro ou parte do Senhor Supremo de olhos de lótus, Ele também é conhecido como Kamalākṣa.

VERSO 32: Seus associados têm as mesmas características corpóreas que o Senhor. Todos eles têm quatro braços e vestem-se com roupas amarelas como Nārāyaṇa.

VERSO 33: Śrī Advaita Ācārya é o membro principal do Senhor Supremo. Suas verdades, nomes e atributos são todos maravilhosos.

VERSO 34: Ele adorou Kṛṣṇa com folhas de tulasī e água do Ganges e orou por Sua vinda em voz alta. Assim, o Senhor Caitanya Mahāprabhu apareceu na Terra, acompanhado por Seus associados pessoais.

VERSO 35: Foi através dEle [Advaita Ācārya] que o Senhor Caitanya difundiu o movimento de saṅkīrtana, e através dEle que Ele salvou o mundo.

VERSO 36: A glória e os atributos de Advaita Ācārya são ilimitados. Como podem as insignificantes entidades vivas sondá-los?

VERSO 37: Śrī Advaita Ācārya é um dos membros principais do Senhor Caitanya. Outro membro do Senhor é Nityānanda Prabhu.

VERSO 28: Os devotos encabeçados por Śrīvāsa são Seus membros menores. Eles são como Suas mãos, rosto, olhos e Seu disco e outras armas.

VERSO 39: Com todos eles, o Senhor Caitanya executou Seus passatempos, e com eles difundiu Sua missão.

VERSO 40: Pensando: “Ele [Śrī Advaita Ācārya] é discípulo de Śrī Mādhavendra Purī”, o Senhor Caitanya obedece-Lhe, respeitando-O como Seu mestre espiritual.

VERSO 41: Para manter a etiqueta adequada aos princípios da religião, o Senhor Caitanya prostra-Se aos pés de lótus de Śrī Advaita Ācārya com orações reverenciais e com devoção.

VERSO 42: No entanto, Śrī Advaita Ācārya considera o Senhor Caitanya Mahāprabhu como Seu mestre, considerando-Se um servo do Senhor Caitanya Mahāprabhu.

VERSO 43: Ele Se esquece de Si mesmo na alegria dessa concepção e ensina a todas as entidades vivas: “Sois servos de Śrī Caitanya Mahāprabhu.”

VERSO 44: O conceito de serviço a Śrī Kṛṣṇa gera um oceano de tanta alegria na alma que, mesmo a alegria da unidade com o Absoluto, se multiplicada dez milhões de vezes, não poderia comparar-se a uma gota dele.

VERSO 45: Ele diz: “Nityānanda e Eu somos servos do Senhor Caitanya.” Em nenhuma outra parte, há tanta alegria como a que se saboreia nessa emoção de serviço.

VERSO 46: A amadíssima deusa da fortuna reside no peito de Śrī Kṛṣṇa, mas ela também, orando fervorosamente, suplica pela alegria do serviço a Seus pés.

VERSO 47: Todos os associados do Senhor Kṛṣṇa, tais como Brahmā, Śiva, Nārada, Śuka e Sanātana, estão muitíssimo satisfeitos no sentimento de serviço.

VERSO 48: Śrī Nityānanda, o mendicante viageiro, é o principal de todos os associados do Senhor Caitanya. Ele enlouqueceu no êxtase de serviço ao Senhor Caitanya.

VERSOS 49-50: Śrīvāsa, Haridāsa, Rāmadāsa, Gadādhara, Murāri, Mukunda, Candraśekhara e Vakreśvara são todos gloriosos e são sábios eruditos, mas o sentimento de serviço ao Senhor Caitanya os faz enlouquecer de êxtase.

VERSO 51: Assim, eles dançam, cantam e riem como loucos, e instruem a todos: “Simplesmente sede servos amorosos do Senhor Caitanya!”

VERSO 52: Śrī Advaita Ācārya pensa: “O Senhor Caitanya Me considera Seu mestre espiritual, mas sinto que sou tão somente servo dEle.”

VERSO 53: O amor por Kṛṣṇa tem este efeito singular: ele imbui os superiores, iguais e inferiores com o espírito de serviço ao Senhor Kṛṣṇa.

VERSO 54: Como prova disso, por favor, ouvi os exemplos descritos nas escrituras reveladas, que também são corroboradas pela compreensão de grandes almas.

VERSOS 55-56: Embora nenhum superior seja mais respeitado por Kṛṣṇa do que Nanda Mahārāja em Vraja, que em transcendental amor paternal não tem noção de que seu filho é a Suprema Personalidade de Deus, ainda assim, o amor extático faz com que ele se sinta um servo do Senhor Kṛṣṇa, isso para não falar dos outros.

VERSO 57: Ele também suplica por apego e devoção aos pés de lótus do Senhor Kṛṣṇa, como o provam as palavras de sua própria boca.

VERSOS 58-59: “Meu querido Uddhava, por favor, ouve-me. Na verdade, Kṛṣṇa é meu filho, mas, mesmo que penses que Ele é Deus, de qualquer modo eu mantenho em relação a Ele meus próprios sentimentos por meu filho. Que minha mente se apegue a teu Senhor Kṛṣṇa.”

VERSO 60: “Que nossas mentes se apeguem aos pés de lótus de teu Senhor Kṛṣṇa, que nossas línguas cantem Seus santos nomes e que nossos corpos caiam prostrados perante Ele.”

VERSO 61: “Onde quer que vaguemos no universo material sob a influência do karma pela vontade do Senhor, que nossas atividades auspiciosas façam com que nossa atração pelo Senhor Kṛṣṇa aumente.”

VERSO 62: Os amigos do Senhor Kṛṣṇa em Vṛndāvana, encabeçados por Śrīdāma, têm afeição fraternal pura pelo Senhor Kṛṣṇa e não fazem ideia de Suas opulências.

VERSO 63: Embora lutem com Ele e subam sobre Seus ombros, eles adoram Seus pés de lótus com espírito de serviço.

VERSO 64: “Alguns dos amigos de Śrī Kṛṣṇa, a Suprema Personalidade de Deus, massageavam Seus pés, e outros cujas reações pecaminosas haviam sido destruídas abanavam-nO com abanos de mão.”

VERSOS 65-66: Mesmo as amadas amiguinhas do Senhor Kṛṣṇa em Vṛndāvana, as gopīs, cuja poeira dos pés foi desejada por Śrī Uddhava e além das quais ninguém é mais querido para Kṛṣṇa, consideram-se criadas de Kṛṣṇa.

VERSO 67: “Ó Senhor, eliminador das aflições dos habitantes de Vṛndāvana! Ó herói de todas as mulheres! Ó Senhor que destrói o orgulho de Teus devotos com Teu doce e amável sorriso! Ó amigo! Somos Tuas criadas. Por favor, satisfaze nossos desejos e mostra-nos Teu atrativo rosto de lótus.”

VERSO 68: “Ó Uddhava! Na verdade, é lamentável que Kṛṣṇa resida em Mathurā. Acaso Ele Se lembra dos afazeres domésticos de Seu pai, de Seus amigos e dos vaqueirinhos? Ó grande alma! Acaso Ele alguma vez falou de nós, Suas criadas? Quando Ele descansará Sua mão com aroma de aguru sobre nossas cabeças?”

VERSOS 69-70: Para não falar das outras gopīs, mesmo Śrī Rādhikā, que sob todos os aspectos é a mais elevada de todas elas e que comprometeu Śrī Kṛṣṇa para sempre com Seus atributos amorosos, serve a Seus pés como Sua criada.

VERSO 71: “Ó Meu Senhor, ó Meu esposo, ó queridíssimo amado! Ó Senhor de braços poderosos! Onde estás? Onde estás? Ó Meu amigo, revela-Te a Tua criada, que está muito aflita com Tua ausência.”

VERSO 72: Em Dvārakā-dhāma, todas as rainhas, encabeçadas por Rukmiṇī, também se consideram criadas do Senhor Kṛṣṇa.

VERSO 73: “Quando Jarāsandha e outros reis, com arcos e flechas em punho, já estavam prontos a dar-me em caridade a Śiṣupāla, Ele arrancou-me à força do meio deles, assim como o leão arrebata seu quinhão de cabras e carneiros. Portanto, a poeira de Seus pés de lótus é a coroa de soldados inconquistáveis. Que esses pés de lótus, os quais são o abrigo da deusa da fortuna, sejam o objeto de minha adoração.”

VERSO 74: “Ao saber que eu praticava austeridades com o desejo de tocar Seus pés, Ele veio com Seu amigo Arjuna e aceitou minha mão. Ainda assim, sou apenas uma criada que se dedica a varrer o piso da casa de Śrī Kṛṣṇa.”

VERSO 75: “Através de austeridades e através da renúncia a todos os apegos, tornamo-nos criadas na casa da Suprema Personalidade de Deus, que é autossatisfeito.”

VERSO 76: Para não falar de outros, mesmo o Senhor Baladeva, a Suprema Personalidade de Deus, é pleno de emoções, como amizade pura e amor paternal puro.

VERSO 77: Ele também Se considera um servo do Senhor Kṛṣṇa. Na verdade, quem é que não tem este conceito de ser servo do Senhor Kṛṣṇa?

VERSO 78: Aquele que é Śeṣa, Saṅkarṣaṇa, com Suas milhares de bocas, serve a Śrī Kṛṣṇa, assumindo dez formas.

VERSO 79: Rudra, que é uma expansão de Sadāśiva e que aparece em universos ilimitados, também é um guṇāvatāra [encarnação qualitativa] e é o ornamento de todos os semideuses nos intermináveis universos.

VERSO 80: Ele também deseja apenas servir ao Senhor Kṛṣṇa. Śrī Sadāśiva sempre diz: “Sou um servo do Senhor Kṛṣṇa.”

VERSO 81: Embriagado de amor extático por Kṛṣṇa, em arrebatamento, ele incessantemente dança sem roupa e canta sobre as qualidades e os passatempos do Senhor Kṛṣṇa.

VERSO 82: Todas as emoções, sejam elas de pai, de mãe, de mestre ou de amigo, são plenas de sentimentos de serviço. Essa é a natureza do amor por Kṛṣṇa.

VERSO 83: O Senhor Kṛṣṇa, o único mestre e o Senhor do universo, é digno de ser servido por todos. Na verdade, todos são apenas servos de Seus servos.

VERSO 84: Esse mesmo Senhor Kṛṣṇa desceu como Senhor Caitanya, a Suprema Personalidade de Deus. Portanto, todos são Seus servos.

VERSO 85: Embora alguns O aceitem e outros não, todos são Seus servos. Contudo, aquele que não O aceitar será arruinado por suas atividades pecaminosas.

VERSO 86: “Sou servo do Senhor Caitanya, servo do Senhor Caitanya! Sou servo do Senhor Caitanya e servo de Seus servos.”

VERSO 87: Dizendo isto, Advaita Prabhu dança e canta em voz alta. Então, no momento seguinte, Ele Se senta calmamente.

VERSO 88: Na verdade, a fonte do sentimento de serviço é o Senhor Balarāma. As expansões plenárias que O acompanham são todas influenciadas por esse êxtase.

VERSO 89: O Senhor Saṅkarṣaṇa, que é uma de Suas encarnações, considera-Se sempre como um devoto.

VERSO 90: Outra de Suas encarnações, Lakṣmaṇa, que é muito belo e opulento, sempre serve ao Senhor Rāma.

VERSO 91: O Viṣṇu que está deitado no Oceano Causal é uma encarnação do Senhor Saṅkarṣaṇa, e, consequentemente, a emoção de ser devoto está sempre presente em Seu coração.

VERSO 92: Advaita Ācārya é uma expansão separada dEle. Ele sempre Se dedica ao serviço devocional com Seus pensamentos, palavras e ações.

VERSO 93: Com Suas palavras, Ele declara: “Sou servo do Senhor Caitanya.” Assim, com Sua mente, Ele sempre pensa: “Sou Seu devoto.”

VERSO 94: Com Seu corpo, Ele adorou o Senhor oferecendo-Lhe água do Ganges e folhas de tulasī, e, pregando o serviço devocional, Ele salvou o universo inteiro.

VERSO 95: Śeṣa Saṅkarṣaṇa, que mantém todos os planetas sobre Sua cabeça, expande-Se em diferentes corpos para prestar serviço ao Senhor Kṛṣṇa.

VERSO 96: Todas essas são encarnações do Senhor Kṛṣṇa, apesar do que sempre vemos que elas procedem como devotos.

VERSO 97: As escrituras chamam-nas de encarnações como devotos [bhakta-avatāra]. A posição de ser semelhante encarnação está acima de todas as outras.

VERSO 98: O Senhor Kṛṣṇa é a fonte de todas as encarnações, e todas as outras são Suas partes ou encarnações parciais. Vemos que o todo e a parte se comportam como o superior e o inferior.

VERSO 99: A fonte de todas as encarnações tem as emoções de um superior ao considerar-Se o senhor, e tem as emoções de um inferior ao considerar-Se um devoto.

VERSO 100: A posição de ser devoto é superior à de igualdade com o Senhor Kṛṣṇa, pois os devotos são mais queridos ao Senhor Kṛṣṇa do que Seu próprio eu.

VERSO 101: O Senhor considera Seus devotos superiores a Ele mesmo. A esse respeito, as escrituras fornecem uma abundância de evidências.

VERSO 102: “Ó Uddhava! Nem Brahmā, nem Śaṅkara, nem Saṅkarṣaṇa, nem Lakṣmī, nem mesmo Eu próprio – enfim, ninguém Me é tão querido como tu.”

VERSO 103: Aqueles que se consideram iguais a Kṛṣṇa não podem saborear a doçura do Senhor Kṛṣṇa. Só se pode saboreá-la através do sentimento de serviço.

VERSO 104: Esta conclusão das escrituras reveladas é também a compreensão de devotos experientes. No entanto, tolos e patifes não podem entender as opulências das emoções devocionais.

VERSOS 105-106: Baladeva, Lakṣmaṇa, Advaita Ācārya, Senhor Nityānanda, Senhor Śeṣa e Senhor Saṅkarṣaṇa saboreiam as doçuras nectáreas da bem-aventurança transcendental do Senhor Kṛṣṇa, reconhecendo-Se como Seus devotos e servos. Todos Eles enlouquecem com essa felicidade, e não conhecem nada mais.

VERSO 107: Para não falar de outros, mesmo o próprio Senhor Kṛṣṇa fica sedento por saborear Sua própria doçura.

VERSO 108: Ele procura saborear Sua própria doçura, mas não pode fazê-lo sem aceitar as emoções de um devoto.

VERSO 109: Portanto, o Senhor Kṛṣṇa aceitou a posição de um devoto e desceu na forma do Senhor Caitanya, que é perfeito sob todos os aspectos.

VERSO 110: Ele saboreia Sua própria doçura através das diversas emoções de um devoto. Anteriormente, expliquei essa conclusão.

VERSO 111: Todas as encarnações têm direito às emoções dos devotos. Não há bem-aventurança superior a essa.

VERSO 112: O bhakta-avatāra original é Saṅkarṣaṇa. Śrī Advaita está incluído entre tais encarnações.

VERSO 113: As glórias de Śrī Advaita Ācārya são ilimitadas, pois Suas vibrações sinceras ocasionaram a descida do Senhor Caitanya a esta Terra.

VERSO 114: Ele liberou o universo pregando saṅkīrtana. Assim, as pessoas do mundo receberam o tesouro do amor a Deus através da misericórdia de Śrī Advaita.

VERSO 115: Quem pode descrever as glórias ilimitadas de Advaita Ācārya? Escrevo aqui o quanto aprendi com grandes autoridades.

VERSO 116: Ofereço minhas reverências dez milhões de vezes aos pés de lótus de Śrī Advaita Ācārya. Por favor, não Vos ofendais com isso.

VERSO 117: Vossas glórias são tão insondáveis quanto milhões de oceanos e mares. Na verdade, falar de sua medida é uma grande ofensa.

VERSO 118: Todas as glórias, todas as glórias a Śrī Advaita Ācārya! Todas as glórias ao Senhor Caitanya Mahāprabhu e ao superior Senhor Nityānanda!

VERSO 119: Assim, em dois versos, acabo de descrever a verdade relacionada a Advaita Ācārya. Agora, ó devotos, por favor, ouvi sobre as cinco verdades [pañca-tattva].

VERSO 120: Orando aos pés de lótus de Śrī Rūpa e Śrī Raghunātha, desejando sempre a misericórdia deles, eu, Kṛṣṇadāsa, narro o Śrī Caitanya-caritāmṛta, seguindo seus passos.

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